Hebe Camargo enfrenta o câncer
Na segunda-feira 11, às 20 horas, os médicos que estão tratando de Hebe Camargo entraram em seu quarto na Unidade de Terapia Semi-Intensiva do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para lhe dar uma notícia difícil: ela tem um câncer no peritônio, a membrana que reveste os órgãos das regiões pélvica e abdominal. Hebe, de 80 anos, reagiu com o vigor costumeiro. Disse um palavrão – e em seguida quis se informar sobre o tratamento. A equipe médica, coordenada pelo oncologista Sergio Simon e pelo cirurgião Antonio Luiz Macedo, deu detalhes da quimioterapia, e a paciente determinou: "Quero começar imediatamente". Hebe vem demonstrando o otimismo próprio de sua personalidade. E tem motivos para tanto: medicações que passaram a ser usadas no fim dos anos 90 aumentam a sobrevida para seu tipo de câncer em 80% dos casos – antes delas, o índice de resposta ao tratamento ficava em torno de 50%. O câncer de Hebe – uma variedade rara, que afeta apenas cinco em cada 100 000 mulheres – tem o nome de carcinoma seroso papilífero primário de peritônio. Silencioso em suas fases iniciais, alastra-se rapidamente. Os primeiros sinais da moléstia – dores e inchaço do abdômen – foram sentidos por Hebe quando ela passava o réveillon em Miami. Na noite da virada de 2010, ela fez a ceia com um grupo de amigos brasileiros no restaurante Gotham Steak, instalado num hotel cinco-estrelas, o Fontainebleau, mas não aproveitou a festa. "A Hebe mal tocou nos assados. E, ao contrário do usual, não bebeu uma gota de álcool", diz um empresário e amigo presente. Nos dias seguintes, Hebe pediu ao sobrinho, Claudio Pessutti, seu companheiro de viagem, que a ajudasse a procurar um gastroenterologista assim que chegassem ao Brasil. De volta ao país, em 5 de janeiro, a apresentadora deu entrada no Hospital Albert Einstein para ser submetida a uma colonoscopia e a uma endoscopia, que descartaram qualquer doença no estômago ou no intestino. No dia seguinte, uma tomografia identificou um aglomerado de nódulos na região pélvica e um acúmulo de líquido no peritônio. Aventou-se a hipótese de tumor no aparelho reprodutivo. No sábado 9, a apresentadora passou por uma cirurgia diagnóstica por laparoscopia. Durante o procedimento, que teve a duração de três horas, os médicos encontraram cerca de duas centenas de nódulos com até 0,5 centímetro espalhados por todo o peritônio. Vários desses nódulos foram retirados para biópsia. Os cirurgiões também extirparam o ovário e a trompa direitos (Hebe já não tinha útero, extraído há dez anos, quando foi afetado por miomas). Os exames revelaram que o tumor originou-se no peritônio e está restrito a ele. Em sua forma típica, o carcinoma de Hebe acomete primariamente o ovário, para depois contaminar outros órgãos. O surgimento de um tumor similar no peritônio é raro, e se explica pelo fato de células do órgão reprodutor feminino migrarem para essa membrana ainda na fase de desenvolvimento do feto. O sintoma mais evidente do tumor é o inchaço abdominal. "Os nódulos perfuram a parede do peritônio. O líquido que circula por dentro da membrana escapa por esses microfuros e vai se acumulando", explica Fernando Maluf, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Hebe estava com 6 litros de líquido acumulados, o equivalente a uma gestação de quatro meses. O tratamento é o mesmo usado no caso de câncer de ovário. Consiste em seis sessões de quimioterapia, cada uma com duração de quatro a cinco horas. O intervalo entre elas é de 21 dias – tempo necessário para o sistema de defesa do organismo se recuperar do bombardeio. Os médicos consideram ainda a possibilidade de, ao fim das sessões, submeter a apresentadora a uma segunda cirurgia, para explorar a região e extrair nódulos que porventura não tenham sido eliminados. Os quimioterápicos utilizados – o paclitacel e a carboplatina – são eficazes em 80% dos casos. "O principal efeito colateral é a queda de cabelos, que afeta mais de 90% dos pacientes", diz Bernardo Garicochea, oncologista da PUC do Rio Grande do Sul. Mas enjoo, infecção e anemia – problemas que, com medicações anteriores, estavam quase sempre associados à quimioterapia – ocorrem em apenas 5% dos casos. Hebe está reagindo bem ao tratamento. Durante a primeira sessão de quimioterapia, ocorrida no dia 13, sentiu fome e não teve dúvidas: pediu ao sobrinho que encomendasse no restaurante português A Bela Sintra, em São Paulo, um de seus pratos prediletos, o polvo à lagareira, um assado feito com alho laminado e guarnecido com batatas. É a mesma vitalidade que sempre transpareceu na carreira da apresentadora, que se confunde com a história da televisão e do showbiz no Brasil. Hoje no SBT de Silvio Santos, Hebe começou aos 11 anos, cantando em shows de calouro no rádio, e participou dos primórdios da televisão brasileira, na Tupi de Assis Chateaubriand. É uma das artistas mais queridas do país. Sua alta estava prevista para domingo 17. Medicina
A luta de Hebe contra o câncer
Na semana passada, a apresentadora do SBT descobriu que tem um tumor raro. Ela reagiu com a força de sempre – e os novos medicamentos para a moléstia, mais eficientes e com menos efeitos colaterais, autorizam seu otimismo
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Adriana Dias LopesMário Rodrigues 
PALAVRÃO E DETERMINAÇÃO
Hebe Camargo: ela quis começar a quimioterapia logo que soube do diagnóstico de câncer.
E não perdeu o apetite: no primeiro dia de tratamento, pediu que lhe levassem ao hospital
um polvo assado com alhoRádio Tupi 
ESTRELA PRECOCE
Hebe Camargo canta em um programa de rádio, em 1945:
carreira sempre cheia de vitalidade
Com reportagem de Marcelo Marthe





"O novo rol foi feito com rigor e trará benefícios evidentes para os consumidores, mas as operadoras de saúde suplementar verão subir seus custos", afirma Solange Beatriz Mendes, diretora da Fenasaúde, entidade que representa as empresas do setor. Para Antônio Jorge Kropf, diretor técnico da Amil, não há como abrir mão dos avanços da medicina. "O desafio está em incorporar o que existe de mais moderno e, ao mesmo tempo, combater o desperdício e fazer o bom uso desses recursos", afirma Kropf. Nesse sentido, deve-se destacar que a ANS incluiu no rol de procedimentos as diretrizes que balizam e orientam a utilização das novas técnicas. Assim, o uso do PET-Scan estará coberto apenas nos casos de linfoma e de um tipo específico de câncer no pulmão.




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