Saturday, January 30, 2010

Ar-condicionado portátil

Ar-condicionado portátil
Lar, fresco lar

Eles são a solução possível quando a fachada do edifício não
permite a instalação do ar-condicionado tradicional no apartamento.
Ou quando não se desejam reformas, daquelas de quebrar a parede.


Anna Paula Buchalla
abuchalla@abril.com.br

Montagem com fotos de Istockphoto

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Os aparelhos portáteis de ar condicionado são tão eficientes quanto os fixados à parede e ainda têm a vantagem de poder ser utilizados em vários ambientes da casa. A refrigeração é boa - a maioria diminui consideravelmente a temperatura no ambiente -, como mostra o estudo encomendado por VEJA a técnicos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). Há dois inconvenientes: o preço, ainda alto (em média, duas vezes o valor dos convencionais), e o peso dos equipamentos (pode chegar a 35 quilos), o que dificulta a locomoção de um lugar para outro. Pouca gente sabe que, embora portátil, o equipamento requer um tubo extensor acoplado a uma janela ou a um espaço na varanda. É esse tubo que faz a troca de calor entre o ambiente externo e o interno. A sua instalação não requer furos na janela ou na parede. Técnicos do IMT testaram os quatro aparelhos portáteis mais vendidos nas principais redes de varejo do país (veja a metodologia do teste abaixo).

Frio que vem da parede

Quando a fachada do edifício permite, o consumidor pode optar pelo ar-condicionado convencional, de janela, ou pelo discreto split. Especialistas avaliam os dois tipos de condicionador fixo

Split
O que é: sistema de ar condicionado composto de duas partes - o evaporador, que fica na parte interna da casa, e o condensador, que faz a troca de calor, instalado na parte externa. Há opções de aparelhos que apenas resfriam e outros mais completos, que também podem aquecer o ambiente
Instalação: o condensador é ligado por tubulação de cobre a um, dois ou três aparelhos evaporadores no interior da residência
Vantagens: o sistema split produz menos ruído do que os aparelhos de janela e os portáteis - a redução pode ser de 50% em relação ao de janela. O design é mais moderno e discreto
Desvantagens: a instalação, mais cara, deve ser feita por empresa especializada em tubulação para ar-condicionado
Preço médio com instalação: 1 800 reais

Janela
O que é: sistema compacto de refrigeração em que um único aparelho promove a troca de calor entre os ambientes interno e externo
Instalação: é necessária apenas a contratação de um pedreiro para o trabalho de alvenaria, ou seja, a abertura de um buraco no qual se possa colocar uma base ou uma caixa que funcione como gaveta para o aparelho
Vantagens: é a opção mais em conta, tanto pelo preço do aparelho quanto pelo custo da instalação. O aparelho também faz a renovação do ar interno pela troca com o ar externo
Desvantagens: a produção de ruído é maior, pois o compressor fica no mesmo gabinete instalado na parede do cômodo. O aparelho deve ser afixado no mesmo ambiente em que será usado
Preço médio com instalação: 1 000 reais

É ventilador, mas é bonito

Primeiro ele inventou um aspirador de pó sem saquinho. Agora, o inglês James Dyson apresenta sua mais recente criação: o Air Multiplier, o primeiro ventilador que dispensa o uso de pás. O multiplicador de ar é assim chamado porque aumenta em quinze vezes a velocidade do ar em seu entorno. Consegue isso por meio de um sistema de variação de pressão. O ar é sugado pela base do aparelho e expelido de volta ao ambiente por um anel de circulação. Ele opera baseado em leis da mecânica dos fluidos, parte da física que estuda o comportamento de gases e líquidos em repouso e em movimento. O ventilador sem pás, à venda nos Estados Unidos, Inglaterra, Japão e Austrália, custa 300 dólares.

Faz mal, sim

O entra e sai de ambientes quentes para refrigerados ataca o sistema respiratório

Tetra/Corbis/Latistock; Istockphoto; Divulgação


O motivo:
"O contraste térmico abrupto associado ao ar seco e à poluição compromete os mecanismos de defesa das vias respiratórias", explica o médico Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Os anticorpos do pulmão tornam-se menos eficientes e os cílios e alvéolos trabalham menos na expulsão de partículas, como poeira e poluição. Isso favorece o acúmulo de secreção no sistema respiratório. O organismo fica predisposto a infecções e mais suscetível a vírus de gripes e resfriados. Nos portadores de doenças pulmonares, como asma, bronquite e enfisema, o quadro pode se agravar

As consequências: vão de tos-se, rouquidão e garganta irritada a sinusite e conjuntivite

Como amenizar o problema: recomenda-se deixar recipientes com água nos recintos fechados refrigerados para manter o ambiente menos seco. É preciso ainda evitar as mudanças bruscas de temperatura, principalmente as diferenças superiores a 10 graus, e permanecer agasalhado em ambientes frios. A limpeza do filtro do ar-condicionado deve ser feita mensalmente

Outros especialistas consultados: os arquitetos Carla Dichy e Marcelo Rosset; o engenheiro Oswaldo Bueno, da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava); Andréa Apponi, gerente-geral de marketing da Whirlpool na América Latina

Com reportagem de Gabriella Sandoval e Daniela Macedo

Natureza mutilada


Traficantes de pássaros adotam um expediente que permite
transportar mais aves com menos riscos. Só para eles, claro


Marina Yamaoka

Fotos Oscar Cabral
TUCANO FERIDO
Aves apreendidas pelo Ibama chegam frequentemente machucadas.
Esta teve o bico quebrado


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Capturar canários, curiós e araras nas matas, transportá-los escondidos no interior de malas, caixotes ou tubos de PVC e depois vendê-los por dezenas, e até milhares, de reais sempre foi um crime covarde. Agora, traficantes descobriram um jeito de torná-lo também mais fácil. O novo método consiste em "esquentar" pássaros retirados da natureza inserindo neles anilhas de identificação do Ibama – uma espécie de atestado de legalidade que os criminosos compram de criadouros autorizados. Como não há fiscalização sistemática desses criadouros, a proprietários mal-intencionados basta solicitar ao instituto um número de anilhas superior àquele necessário para identificar os filhotes nascidos no estabelecimento e usar o resto para abastecer o estoque dos traficantes. De cada dez anilhas distribuídas pelo Ibama, pelo menos sete acabam nas mãos de traficantes de aves silvestres, admite o instituto.

Para os criminosos, o expediente é altamente proveitoso. Além de aumentar o seu lucro, já que uma ave anilhada vale em média o triplo de uma sem anilha, ele possibilita o transporte, despreocupado e à luz do dia, de uma quantidade muito maior de pássaros. Já para os bichinhos, o sofrimento é indizível. Como, em geral, as aves capturadas são adultas e as anilhas não cabem nos seus pés – foram feitas para identificar filhotes –, na tentativa de encaixá-las à força, os traficantes as machucam sem piedade. No Rio de Janeiro, o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, no município de Seropédica, abriga diversos pássaros com pés e dedos quebrados no processo (os que têm mais sorte portam anilhas alargadas, recurso também usado por traficantes). Outros exibem ferimentos recebidos durante o transporte ou cativeiro. Há tucanos de bico quebrado, sabiás despenados e periquitos mutilados.

COMO "ESQUENTAR"
UM PÁSSARO

Capturado por traficantes, o azulão foi "legalizado" com uma anilha do Ibama, alargada e presa ao seu pé


As aves são capturadas pelos traficantes na Amazônia e no Nordeste, principalmente, e quase sempre se destinam ao mercado brasileiro – apenas uma pequena parte chega de carro à Argentina, de onde segue para a Europa. No país, o principal mercado consumidor está na Região Sudeste. Lá, nos estados de São Paulo e Rio, as aves são vendidas em feiras ou oferecidas a colecionadores e criadouros. Quanto mais bonito o seu canto, mais perseguidas pelos criminosos elas são (veja o quadro).Certas espécies, como o canário-da-terra, também são usadas em rinhas, muito frequentes na periferia e no interior paulista e fluminense. Nessas disputas, dois canários machos, incitados por uma fêmea, trocam bicadas dentro de uma gaiola até que um deles morra ou seja resgatado pelo dono. As apostas variam de 10 a 500 reais. O preço de um canário-da-terra no mercado clandestino gira em torno de 20 reais. Já aves ornamentais, como araras e papagaios, chegam a valer dez vezes mais.

O tráfico ilegal de animais silvestres movimenta de 10 a 20 bilhões de dólares por ano no mundo – valor do qual o Brasil participa com 15%. Trata-se de um crime pouco fiscalizado, com alta margem de lucro e punição branda. A pena para o tráfico de animais silvestres, tanto para quem é flagrado com uma arara em casa quanto para quem é pego vendendo 1 500 curiós, varia de seis meses a um ano de detenção – o que quer dizer que quase nunca é cumprida, já que pode ser transformada em prestação de serviços à comunidade. "Traficar animais no Brasil é um negócio vantajoso e compensador", resume o delegado Álvaro Palharini, chefe da Divisão de Repressão ao Crime contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal. Azar do curió, do canário-da-terra, da arara-azul...

Com reportagem de Thiago Batista

A Toyota na funilaria


A empresa revolucionou a maneira de fazer carros e tornou-se líder mundial. Agora enfrenta um recall constrangedor – que poderá arranhar a sua imagem


Luís Guilherme Barrucho

Redd Saxon/AP
PÁTIO CHEIO
Falha no acelerador interrompeu a venda nos EUA de oito modelos da fabricante japonesa

Foram necessários setenta anos para que a japonesa Toyota realizasse o sonho de seu criador, Kiichiro Toyoda. Em 2007, a empresa tornou-se a maior fabricante de carros do mundo, superando a americana General Motors. O sucesso só foi possível graças à tecnologia que se tornou sinônimo de conforto e segurança, a preços competitivos. Na semana passada, essa reputação sofreu um golpe. A Toyota convocou 2,3 milhões de proprietários nos Estados Unidos para solucionar um defeito no acelerador, produzido por um fornecedor canadense. Houve incidentes em que o carro continuava acelerando, mesmo depois de o motorista parar de pressionar o pedal. O defeito envolve oito modelos da Toyota, entre eles seus dois sedãs mais vendidos nos Estados Unidos, o Camry e o Corolla. O mais constrangedor: incapaz de solucionar a falha, a empresa suspendeu a produção e a venda desses veículos. O recall, que não afeta o Brasil, também foi estendido à Europa e à China. Ao todo, estima-se que mais de 4 milhões de automóveis terão de passar pelo conserto.

Foi a segunda grande falha registrada em menos de quatro meses no mercado americano. Em setembro, a Toyota já havia chamado 4,2 milhões de veículos de volta às concessionárias, por causa de um problema com o tapete do motorista, que se enroscava nos pedais. Como se não bastasse, a companhia tem perdido mercado para novatas, como a coreana Hyundai. Para completar, padece de um equívoco estratégico: fez apostas tímidas nos mercados que mais crescem atualmente, como a China e o Brasil, ao contrário da alemã Volkswagen, que já dá sinais de superá-la. O resultado é que desde que a montadora japonesa alcançou a liderança mundial, há dois anos, suas vendas caíram quase 20%. Estaria sob ameaça o reinado da marca? "Acredito que não", afirmou a VEJA Jeffrey Liker, da Universidade de Michigan. "Os princípios da Toyota são suficientemente fortes para evitar que dois problemas isolados contaminem toda a empresa."

A companhia cresceu seguindo catorze princípios criados por Kiichiro Toyoda e pelo engenheiro Taiichi Ohno, entre eles a busca pelo aprimoramento contínuo. A Toyota estabeleceu um novo modelo de administração, o just in time, em que a montagem e os embarques de carros são imediatos e correspondentes à demanda, o que reduz o custo para manter estoques. As concorrentes a copiaram e se reergueram, enquanto a japonesa parece ter baixado a guarda. Diz Alan Middleton, da Universidade York, no Canadá: "Quando as empresas se tornam grandes demais, existe o risco de se acomodarem e deixarem a criatividade de lado". Para permanecer no topo, a Toyota precisará ter humildade oriental e reler os seus próprios princípios.

Junko Kimura/Getty Images
LÍDER CABISBAIXO
Akio Toyoda, neto do fundador
e atual presidente da Toyota: críticas
pela resposta tímida diante das falhas

A classe C vai ao paraíso


Com a ascensão de uma nova classe média, surge também
um novo tipo de turista, que muda a cara do setor no Brasil


Benedito Sverberi

Fotos Laílson Santos e Ernani d' Almeida
CHEGOU MINHA VEZ
A estoquista Deivimar Borges (à esq.) e a secretária Andréia Pereira (à dir.):
aprendendo o á-bê-cê dos voos e aeroportos

O setor de turismo no Brasil vive uma revolução que só não pode ser chamada de silenciosa. Basta observar os cruzeiros e aeroportos lotados de ruidosos clientes – ou atentar para as estatísticas. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério do Turismo, no fim de 2009, revelou que subiu para 58,8% o porcentual de brasileiros que viajaram, ao menos uma vez, nos últimos dois anos. No levantamento anterior, de 2007, a parcela era de 32%. Como tantas outras coisas no país, esse aumento está atrelado à ascensão de uma nova classe média. Estima-se que, em breve, o contingente de turistas das classes C e D vai superar o das classes mais abastadas. Em dois anos, a população de menor renda deverá responder por mais da metade dos viajantes. São pessoas como a secretária Andréia Pereira, de 36 anos, que tem renda domiciliar em torno de 2 000 reais e fez com o marido seu primeiro passeio turístico no ano passado, de São Paulo para o Rio Grande do Norte. "Nunca tinha feito uma viagem tão longa, quanto mais de avião", diz ela.

Das companhias aéreas às operadoras de viagens, todo o setor de turismo arma estratégias para seduzir os novos clientes. Um exemplo de empresa que rapidamente se voltou a esse público é a CVC, a maior companhia de viagens da América Latina. Sua estratégia está calcada em preços agressivos, boas condições de parcelamento e qualidade dos serviços. A atenção dispensada à classe C foi um dos atrativos para que o fundo americano de investimentos Carlyle adquirisse o controle da empresa (63,6% de seu capital), no começo de janeiro. O antigo acionista majoritário, Guilherme Paulus, seguirá na empresa como presidente do conselho. Aliás, o lema do grupo americano é que nada muda na gestão da CVC. Ficará mais fácil, contudo, ter acesso a recursos no exterior. A Carlyle também promete transmitir sua expertise financeira para ajudá-la a aumentar ainda mais a escala do negócio. A CVC visa a conseguir, com isso, negociar maiores descontos com hotéis e companhias áreas, entre outros serviços, e oferecer pacotes ainda mais acessíveis, sem prescindir da qualidade. "A CVC é líder em vários segmentos, inclusive alguns típicos de alta renda. Contudo, quem quiser crescer com força nos próximos anos não poderá perder de vista os clientes da nova classe média", afirma Valter Patriani, presidente da empresa.

As companhias aéreas também partiram para a briga nesse novo filão de negócio. A redução média de 34% nos preços das passagens nos últimos dez anos foi suficiente para torná-las competitivas ante o transporte rodoviário. Mesmo assim, o parcelamento a perder de vista virou uma importante arma na conquista dos turistas das classes C e D. A Trip Linhas Aéreas, que atende cidades menos atrativas para as grandes do setor de aviação, oferece uma linha de crédito do Banco do Brasil que permite ao cliente pagar em até sessenta vezes. A TAM, em parceria com o Itaú, trabalha com até 48 parcelas. Já a Gol oferece crédito com recursos próprios, por meio do cartão VoeFácil, e parcelamento em até 36 vezes. "Muitos clientes da classe C gostam de viajar com a família, que, não raro, é numerosa. Por isso, é importante trabalhar com muitas prestações", explica o diretor comercial da Gol, Eduardo Bernardes.

Manoel Marques
LIDERANÇA
Valter Patriani, presidente da CVC,
que foi vendida ao fundo Carlyle:
preços agressivos e parcelamentos


A Gol também desenvolveu um novo formato de loja para atender um público que mal começou a descobrir o prazer de viajar. Instalada numa área de comércio popular em São Paulo, o Largo Treze, a loja não quer só ser mais acessível ao seu público-alvo, mas também lhe dar atendimento diferenciado – o que inclui informações básicas sobre voos e aeroportos. "Na loja de sapatos onde trabalho, as pessoas comentavam que a passagem estava barata. No começo, tinha um pouco de receio de entrar num aeroporto e pegar um avião. Aí, criei coragem e vim conferir", comenta a estoquista Deivimar Borges, 23 anos, piauiense de Paulistana. O receio da cliente, que viajará de avião pela primeira vez em 23 de março, encontra respaldo numa pesquisa feita pelo instituto Data Popular. A consultoria constatou que 75% das pessoas das classes C e D que nunca viajaram de avião afirmam que não se sentiriam à vontade num aeroporto. "As pessoas têm receio porque simplesmente não sabem como agir. Elas associam o serviço a algo de luxo e se sentem intimidadas com o excesso de palavras estrangeiras. Há quem pergunte se check-in é o mesmo que chequinho", relata o sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles. Por tudo isso, as pessoas são presenteadas, na loja popular da Gol, com um manual sobre como funcionam aeroportos e aviões, no qual se explica, por exemplo, que é preciso despachar as malas antes de embarcar.

Outro segmento do turismo que tem recebido muitos clientes da nova classe média é o de cruzeiros marítimos – que movimentou, na temporada 2008/09, 350 milhões de dólares, transportando 500 000 turistas em dezesseis navios pela costa brasileira. Como os preços dos pacotes são fixados em dólar, a valorização do real em anos recentes fez com que tudo ficasse mais barato. Além disso, a facilidade de pagamento e, principalmente, o sistema "tudo incluído" – entenda-se fartura de comida e bebidas – fizeram com que o número de viajantes da classe C crescesse 32% na última temporada. As companhias de navegação foram além e criaram viagens temáticas, em homenagem a times de futebol, religiosos, sertanejos, e por aí afora. "Uma consequência desse fenômeno é que o público tradicional, das classes A e B, praticamente desapareceu dos navios", diz o diretor comercial da operadora Pomptur, Salomão Barros Costa. A saída para as famílias abastadas tem sido viajar mais para o exterior, visitar hotéis e pousadas "de charme" – estabelecimentos menores, mais caros e mais refinados – e ficar em resorts. Vale também explorar os chamados "novos destinos". São endereços até recentemente inexplorados, como Ponta dos Ganchos, em Santa Catarina. Nessa bela praia, ergueu-se em 2008 um luxuoso empreendimento hoteleiro. São paraísos que os novos turistas ainda devem demorar a descobrir.










Avatar, o filme de 2 bilhões de dólares

O fenômeno Avatar

Não é só por ser inovadora e linda que a ficção científica do diretor
James Cameron está prestes a romper a barreira dos 2 bilhões
de dólares. É também porque fala às contradições de seu tempo


Isabela Boscov

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Na segunda-feira, quando as salas de cinema estiverem terminando de computar a frequência do fim de semana, a única dúvida do estúdio Fox será: com que margem Avatar, de James Cameron, ultrapassou a marca dos 2 bilhões de dólares na bilheteria mundial? Que será o primeiro filme da história a fazê-lo, é certo. Na quinta-feira, havia fechado as contas com o total de 1,9 bilhão, em preparação para seu sétimo fim de semana consecutivo como o filme mais popular em cartaz. Um único outro título conseguira até hoje reunir recordes tão impressionantes: Titanic, também de Cameron, que foi a primeira produção a cruzar a marca do 1 bilhão de renda e, durante doze anos, deteve o posto de campeão absoluto, com a soma final de 1,843 bilhão. Essa, Avatar ultrapassou na segunda-feira 25, com a mesma facilidade com que o corredor jamaicano Usain Bolt rompe as linhas de chegada e deixa para trás, na poeira, adversários que até seu advento tinham todo o direito de se considerar quase que super-homens. Como Bolt, Avatar é um velocista de uma categoria até aqui inédita. Levou dezessete dias para alcançar um recorde que, a Titanic, tomara três meses. Em mais 22 dias, acumulou a diferença que o separava do campeão. Com discrição supersticiosa, os executivos da Fox não especulam sobre o número final com que Avatar vai subir ao pódio. Alguns observadores arriscam a cifra de 2,5 bilhões de dólares. Mas, em vista do ritmo com que ele atrai pagantes aos cinemas - até aqui, amealha a média diária de 45 milhões -, essa pode ser uma estimativa conservadora.

O que faz um filme ir tão completamente ao encontro das expectativas do público é um segredo cuja chave Hollywood pagaria qualquer preço para possuir. Às vezes ela cai em suas mãos e resulta em ícones culturais (e contábeis), como ...E o Vento Levou, E.T. - O Extraterrestre e a série Star Wars. Mas quase sempre ela se perde de novo: nada é mais difícil do que replicar um sucesso aproveitando-se de sua fórmula. Até porque "fórmula" é uma palavra que se deve usar com reservas. Chumbo não pode ser transformado em ouro, como queriam os alquimistas e desejam os imitadores contumazes que podem ser encontrados em qualquer estúdio de cinema. O que os grandes fenômenos de Hollywood, entre eles os filmes de James Cameron, mostram é que só ouro vira mais ouro. Não apenas no sentido do dinheiro farto para produzir um enredo com todo requinte técnico disponível. As substâncias preciosas que deflagram essa reação química entre público e filme são de outra ordem: criatividade, talento no narrar de uma história e a habilidade para captar os impulsos que afetam uma sociedade em certo instante e traduzi-los na forma de imagens, personagens e tramas. Esse é um dom raro. Ele está para a criação artística assim como está para a química o unobtainium (palavra que é brincadeira corrente entre aficionados da ciência e significa "o que não pode ser obtido"), o minério singular que os seres humanos garimpam na lua Pandora, cenário de Avatar.

Cameron iniciou sua carreira com uma produção barata, que imediatamente se integrou à cultura pop graças a esse dom - O Exterminador do Futuro, uma cristalização das angústias então ainda vagas provocadas pela escalada tecnológica e bélica que marcou a década de 80. Desdobrou o tema com estrondo comparável em Aliens - O Resgate e em O Exterminador do Futuro 2. Tomou um tombo com O Segredo do Abismo, um filme instigante, mas que poucos apreciaram. E depurou esse seu talento até um ponto que parecia ser insuperável com Titanic, uma explosão de grandiosidade e romantismo numa Hollywood que andava, em fins dos anos 90, apequenada e exaurida. Em número de ingressos vendidos, Avatar ainda está longe de Titanic - não só o preço real do bilhete aumentou desde então, como os ingressos para as sessões 3D são mais caros, e é deles que vem a maior parte da arrecadação de Avatar. Mas o unobtainium da sintonia com a plateia está lá, cintilando nos recordes que ele vem quebrando.

Avatar tem um componente primordial de interesse para o público contemporâneo: a inovação tecnológica, expressa aqui em um salto substancial na aplicação do formato 3D, que o diretor usa não como truque, mas como recurso de imersão no mundo de Pandora. Essa experiência sensorial sem paralelo responde por muito do apelo do filme. Mas, se ele resiste ao esgotamento do aspecto novidadeiro e se mantém firme em sua ascensão, é porque o que Avatar tem a dizer ressoa junto ao espectador. O filme tem uma mensagem ecológica que, claro, está em voga. Prega-a com simplismo irritante: o povo nativo de Pandora, os Na’vi, pertence à natureza e é parte dela (inclusive, liga-se a ela por meio das estranhas fibras de suas tranças, o que rende um punhado de cenas meio embaraçosas). Isso, diz o filme, é certo. Errado é violar essa relação telúrica com propósitos comerciais, como faz a corporação industrial-militar que extrai minério em Pandora.

É inegável, contudo, que Cameron faz a plateia - inclusive a parte dela que se irrita com seu ecossentimentalismo - amar Pandora e desejar estar lá, como seu protagonista, o ex-marine paraplégico Jake Sully (Sam Worthington), que, quando ocupa seu avatar, pode correr livre por cenários de beleza estupefaciente. O diretor, um narrador habilíssimo, leva quem vê essas paisagens a sentir a embriaguez de Jake. Ele é, em muitos sentidos, o avatar do espectador em outro mundo.

Cameron é um aficionado da ciência que detesta ser pego em erros. Em Avatar, cercou-se de especialistas em áreas tão diversas quanto a linguística, a botânica e a astrofísica para que o mundo de Pandora, ainda que fantasioso, fosse hipoteticamente possível. Muitos dos aspectos do roteiro que podem parecer invenção pura têm na verdade sólidos fundamentos científicos (veja as explicações nos quadros que acompanham esta reportagem). Não por acaso, o diretor é simpático aos personagens que têm ligação com a ciência, como a botânica interpretada por Sigourney Weaver. Mas Cameron é um entusiasta também da tecnologia, e não só da que serve ao cinema. Já foi consultor da Nasa em projetos de exploração de Marte. Pode-se deduzir, portanto, que não é contrário à presença humana em mundos intocados. Alguns deles, os das profundezas dos oceanos, já visitou várias vezes. Em Avatar, entretanto, tudo o que seja associado à tecnologia é carregado de negatividade (um traço que está no cerne também de O Exterminador do Futuro eTitanic). Existe aí um paradoxo. Cameron, que vai a extremos em tudo o que faz, é um apaixonado pela natureza e um obcecado pelo aprimoramento tecnológico. É, assim, também ele um avatar de qualquer um de nós, desejosos de todo avanço e ao mesmo tempo nostálgicos de uma natureza que, nessa corrida, tratamos de massacrar. O cineasta, enfim, é um homem cindido por uma contradição - mas ela é a contradição essencial do seu tempo. Por isso tantas pessoas sentem que ele lhes fala de perto, e pagam para ver o som, a fúria e a beleza que ele sabe criar.

A CIÊNCIA NA FICÇÃO

Avatar é ficção, claro. Mas mostra um surpreendente conhecimento e respeito pelo que de mais avançado as várias áreas da ciência que abrange andam produzindo. A seguir, o seu placar:

AS FORMAS DE VIDA BIOLUMINESCENTES

Fotos divulgação


No filme:
em Pandora, diversas das espécies de plantas e animais brilham no escuro

Na ciência: a habilidade de alguns organismos para criar sua própria luz, ou bioluminescência, não é incomum na Terra. Pode ser observada em vaga-lumes, algas e em várias criaturas das profundezas marinhas, aonde a luz solar nunca chega. Pandora é uma lua e, como a nossa Lua, está "amarrada" ao seu planeta-mãe. Tem portanto uma face permanentemente voltada para o planeta e outra permanentemente voltada para o espaço. Ou seja, um dia lunar equivale a uma órbita completa em torno do planeta-mãe. Para efeito de comparação, um dia da nossa Lua equivale a 27 dias terrestres e uns quebrados (todas as fases da Lua, de ponta a ponta), o que significa que sua noite é mais ou menos metade disso. Muito tempo no escuro - e, assim, todo um ecossistema bioluminescente poderia ter emergido em Pandora, postula James Cameron, como os que se formaram em zonas muito profundas dos oceanos terrestres

O veredicto: embora a situação seja hipotética e não possa ser verificada pela ciência de que se dispõe - uma vez que não conhecemos mundos com vida além do nosso -, ela faz sentido teórico. Ponto para Avatar

A LOCALIZAÇÃO DE PANDORA


No filme:
Pandora é uma lua do planeta Polyphemus, no sistema de Alfa Centauro, a cerca de 4,4 anos-luz da Terra. Lá, sob a luz branca e ligeiramente amarelada da estrela Alfa Centauro A, semelhante ao nosso Sol, florestas luxuriantes suportam um grande número de formas de vida, inclusive a população tribal chamada Na’vi

Na ciência: Alfa Centauro, constituído de três estrelas, é o sistema solar mais próximo do nosso. Vários times de astrônomos, em particular das universidades Yale, nos Estados Unidos, de Genebra, na Suíça, e de Canterbury, na Inglaterra, estão numa corrida para identificar planetas e luas com condições mínimas de abrigar vida que porventura existam ali. Já se sabe que planetas gigantes como o fictício Polyphemus, que Avatar diz ser semelhante a Júpiter, não existem. Mas mundos de escala como a da Terra ainda são uma possibilidade. A favor de Alfa Centauro conta também o fato de que dois de seus sóis têm composição química similar à do nosso e propiciam a existência de uma zona branda - em que, se houvesse água na superfície de um mundo, ela poderia estar em estado líquido - de dimensões bem razoáveis

O veredicto: pela proximidade e pelas possibilidades que sugere, Alfa Centauro é uma excelente escolha para situar Pandora. Ponto para Avatar

AS MONTANHAS FLUTUANTES


No filme:
um dos cenários mais deslumbrantes são as Montanhas Hallelujah, enormes blocos de rocha, cobertos de vegetação, que flutuam no céu de Pandora como nuvens sólidas. Isso acontece porque elas contêm grande quantidade do minério unobtainium, um supercondutor que preserva suas propriedades à temperatura ambiente, e estão localizadas em zonas de grande atividade magnética

Na ciência: os supercondutores identificados até hoje são capazes de conduzir eletricidade sem resistência apenas em temperaturas muito negativas. Mas, se um minério como o unobtainium existisse, o quadro seria hipoteticamente possível: materiais que contenham supercondutores tendem a flutuar na presença de um campo magnético. As montanhas seriam, assim, uma espécie de versão radical dos trens Maglev (contração de Magnetic Levitation) usados no Japão, que flutuam sobre os trilhos

O veredicto: é o tipo de premissa que só faz sentido por manter a coesão com o universo do filme - não com o universo conhecido. Avatar perde ponto

A VIAGEM ATÉ PANDORA


No filme:
naves equipadas com motores híbridos de fusão de antimatéria levam os seres humanos até Pandora a uma velocidade horária que corresponde a sete décimos da velocidade da luz. Ainda assim, a viagem leva algo como seis anos

Na ciência: não se conhece reação energética de fins propulsivos mais poderosa do que aquela propiciada pelo choque, e aniquilação mútua, de partículas de matéria e antimatéria. Essa reação pode ser usada diretamente como combustível ou aplicada à fissão ou fusão de outros materiais - como em Avatar. Primeiro probleminha: os preços intergalácticos. O acelerador de partículas do Cern, na Suíça, produziu até hoje não mais do que alguns nanogramas de antimatéria. Calcula-se que, hoje, cada micrograma custaria 60 bilhões de dólares. Segundo empecilho: o armazenamento de um combustível tão volátil por distâncias e períodos tão extensos. Terceiro: é improvável que, usando antimatéria para fins de fusão, se conseguisse energia suficiente para alcançar sete décimos da velocidade da luz

O veredicto: superados esses probleminhas, dizem especialistas em propulsão, o processo escolhido por James Cameron seria ideal. E para isso existe a ficção, claro - para criar o ideal onde ele é impossível. Ponto para Avatar

OS AVATARES


No filme:
o genoma de um ser humano é combinado ao dos Na’vi, a população nativa, para a criação de um avatar - um corpo igual ao dos Na’vi, capaz de sobreviver no ar tóxico de Pandora, mas controlado telepaticamente, por meio de uma interface ultrassofisticada, pelo homem ou mulher que é "dono" desse corpo. Para o protagonista Jake Sully, a experiência é inebriante: ele está paraplégico, mas, quando ocupa seu avatar, pode se movimentar com toda a liberdade que perdeu - e mais um tanto

Na ciência: o primeiro passo desse processo, a criação de uma interface cérebro-máquina, é a grande ambição de projetos como o liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis na Universidade Duke, no estado americano da Carolina do Norte: a equipe de Nicolelis vem trabalhando no desenvolvimento de uma "neuroprótese" - um aparato que, "vestido" por uma pessoa paralisada e comandado por seu cérebro, permita que ela se movimente. Em 2008, eles obtiveram um avanço impressionante. Treinaram um macaco Rhesus para andar ereto numa esteira. Eletrodos captaram os sinais neuronais do animal enquanto ele caminhava e os enviaram via internet a um laboratório no Japão, onde um robô usou esses sinais para sincronizar seus movimentos com os do macaco. A partir daí, os pesquisadores vêm ensinando os macacos a controlar seus próprios avatares. Vários experimentos já tiveram sucesso no comando a distância de braços robóticos - que possibilitariam, por exemplo, a realização de cirurgias remotamente, com o cirurgião num ponto do planeta e o paciente em outro. Outros grupos de pesquisa ainda trabalham na interface cérebro-máquina para ajudar pacientes a sintetizar uma voz ou a mover cursores de computador com as ondas cerebrais

O veredicto: a experiência extracorporal do protagonista coincide com a mais revolucionária pesquisa nessa área. Já a transposição da sua consciência para um avatar é uma impossibilidade completa, diz Miguel Nicolelis. Mas quem achou que esse aspecto poderia ser viável já anda por conta própria no mundo da lua. Ponto, portanto, para Avatar

AS SUPERARMADURAS


No filme:
os soldados estacionados em Pandora usam, para trabalho ou combate, enormes veículos blindados exoesqueletais que amplificam seus movimentos: o operador move o braço ou a perna alguns centímetros, e a armadura descreve exatamente o mesmo movimento em escala muito maior e com força enormemente ampliada por seu sistema hidráulico - uma versão ainda mais futurista da superempilhadeira com que Sigourney Weaver lutava com o monstro em Aliens - O Resgate, também de James Cameron

Na ciência: o Exército americano adoraria dispor de armaduras como essas, com que os soldados pudessem carregar equipamento pesado e armas de grande porte em situações de combate e resgate e também para a fisioterapia de combatentes feridos. Tanto que, desde 2000, sua Agência de Pesquisa de Projetos de Defesa Avançados (Darpa) já destinou várias dotações orçamentárias para esse tipo de programa. Até o momento, desenvolveu uma máquina de cerca de 70 quilos, chamada XOS, ajustada aos braços, pernas e torso do operador, possibilitando que ele levante pesos repetidas vezes sem nem transpirar, mas seja capaz também de movimentos finos como subir escadas ou chutar uma bola. A maior desvantagem da XOS é que ela ainda necessita estar ligada por cabo a uma fonte de energia, o que reduz drasticamente seus usos

O veredicto: um especialista do programa militar americano ouvido pela revista Popular Mechanics diz que a armadura imaginada por Cameron "tem muito de Hollywood" - mas não deixa de ser um excelente exemplo de "uma plataforma versátil, capaz de uma ampla gama de ataques". Traduzindo o militarês: se ela existisse, o Pentágono já estaria emitindo as faturas de compra. Ponto para Avatar

OS ANIMAIS COM SEIS PATAS

No filme: as criaturas que habitam Pandora são muito peculiares. Em geral são grandes, e muitos dos animais têm seis patas

Na ciência: a gravidade reduzida de Pandora explicaria por que esse mundo suporta formas de vida agigantadas. O hexapodismo - ou seja, a existência de seis membros -, tão comum entre suas espécies, poderia parecer, assim, contraditório: em tese, o maior número de membros seria para suportar mais peso. Mas o hexa e multipodismo é, na Terra, mais comum justamente entre os seres menores, os insetos

O veredicto: não há nenhuma razão determinante, do ponto de vista biológico, para que as criaturas de Pandora sejam como são. Mas também não há erro gritante em sua concepção.Avatar não ganha pontos aqui, mas também não perde nenhum

ANATOMIA DE UMA NA’VI

O povo nativo de Pandora é o ponto em que Avatar mais
toma liberdades com a ciência - mas nem tantas assim


1. Seios e umbigo
Fazem sentido?
Não. Os Na’vi não são mamíferos placentários. Ou seja, não são gestados no útero, recebendo nutrientes e hormônios por meio de um cordão umbilical ligado à placenta. Assim, não deveriam ter umbigo, e as mulheres não necessitariam ter glândulas mamárias para alimentar seus filhos. Mas ambos expressam a forma humana. "Se estivessem ausentes, isso poderia causar um choque no espectador", diz Renato Sabbatini, neurocientista da Unicamp

2. Altura de 3 metros
Faz sentido?
Sim.
A gravidade em Pandora é ligeiramente menor que a da Terra, o que possibilita a existência de seres maiores. Para tanto, porém, são necessários um sistema circulatório que consiga transportar o sangue até os extremos, como nas girafas, e uma estrutura óssea que suporte o peso - e o esqueleto dos Na’vi, segundo o filme, é ultrarresistente

3. Cauda
Faz sentido?
Mais ou menos.
A cauda é um contrapeso necessário para o equilíbrio. Os Na’vi a utilizam para se movimentar sobre as árvores - mas seu esqueleto já bastaria para tal. Já a sua postura ereta, como a dos seres humanos, é de fato fundamental para a locomoção eficiente de um bípede. As crianças, por exemplo, que ainda não fortaleceram os músculos das costas e do abdômen, têm dificuldade na locomoção sobre as duas pernas - por isso, engatinham e caem quando tentam andar

4. Corpo delgado e musculoso
Faz sentido?
Sim. Pouca gordura corporal e muito músculo, características dos Na’vi, ajudam na agilidade e na locomoção

5. Pele azul
Faz sentido?
Sim. A lua Pandora provavelmente recebe grandes quantidades de radiação do planeta gasoso a cuja órbita pertence. A cor azul tem muita energia, e funcionaria como uma espécie de proteção

Fontes: Rafael Campos Duarte, biólogo do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo; Guilherme Melo Serrano, mestre em genética da Unicamp; Sérgio Bueno, biólogo e professor do departamento de zoologia da Universidade de São Paulo; Renato Sabbatini, neurocientista da Unicamp

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