Monday, December 28, 2009

Perspectiva 2010


O ano zero da economia limpa

Svante Arrhenius era um desconhecido físico sueco quando, em 1896, fez um alerta: se a humanidade continuasse a emitir dióxido de carbono na atmosfera no mesmo ritmo que fazia desde a alvorada da Revolução Industrial, em 1750, a temperatura média do planeta subiria de maneira dramática, em decorrência do efeito estufa.

Pouca gente escutou o apelo de Arrhenius em seu tempo, um período sem carros, sem megalópoles, com apenas 1,2 bilhão de pessoas no mundo. Quase ninguém seguiu seu raciocínio na maior parte do século seguinte. Foi assim até que novas evidências científicas surgiram, além das catástrofes naturais. E nos anos 1960 brotou uma ideia romântica, utópica e alternativa de preservação da natureza. Ela hoje entrou na corrente principal do pensamento ocidental, ajudou a transformar os processos de produção industrial e moldou o perfil dos líderes empresariais que conduzem o capitalismo no século XXI. Há muito ainda a ser feito. Evidentemente, é um frágil equilíbrio, mas trata-se, agora, de agir já para pagar menos depois.

Um relatório produzido em 2006 pelo economista inglês Nicholas Stern, então no Banco Mundial, indica que investir imediatamente, a cada ano, 1% do PIB global pode evitar perdas de até 20% desse mesmo PIB até 2050. É informação que os líderes reunidos na COP15, em Copenhague, neste mês, tinham com nitidez. Esses números não os fizeram avançar muito, em uma cúpula que entrará para a história pelos tímidos resultados que ofereceu. Não há problema. Existe uma mensagem clara: os estados não se entendem, escorregam na burocracia e em interesses egoístas, mas a iniciativa privada saiu na frente. As empresas e a sociedade já fazem mais e melhor que os governos no combate ao aquecimento global. Eles ainda patinam para entregar sua principal - se não única - contribuição, a de definir um quadro institucional estável e favorável à livre-iniciativa, à inovação e ao empreendedorismo.

Nas próximas 62 páginas, VEJA faz um amplo painel dos lançamentos de produtos, das ideias e das posturas que, a partir de 2010, começarão a delinear mais claramente o cotidiano baseado na economia limpa.

As 10 ideias e posturas de um novo mundo

Ecodesign
1. O apagar das luzes da lâmpada de Edison
Emissão zero em cidade nos Emirados Árabes

Carros elétricos
2. A chegada dos primeiros modelos de grandes montadoras

Executivos verdes
3. O perfil do líder moderno dentro das empresas

Energias renováveis
4. O vento é limpo mas ainda custa caro

Logística reversa
5. A reciclagem de resíduos já é bom negócio

Responsabilidade
6. Apagar o passivo ambiental vale dinheiro

Propaganda
7. A militância (e a polêmica) na publicidade

Globalização 2.0
8. A era da cidadania global

Capital natural
9. Está na hora de cobrar pelos recursos naturais

Créditos de carbono
10. Falta ainda saber quanto custa poluir

E mais:
• artigos de Carlos Ghosn, Jared Diamond e Élisabeth Laville
cinquenta anos de história da luta ambientalista
dez empregos de futuro

Retrospectiva Década


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1. Nós somos os campeões

Os países ricos chamam-na de "a década que veio do inferno". Nunca, desde o fim da II Guerra, os Estados Unidos, a Europa e o Japão tinham enfrentado tanta adversidade econômica juntos. Nunca também havia surgido uma força capaz de manter a economia mundial flutuando enquanto os ricos naufragavam. Pela primeira vez, o risco foram eles, e nós, a salvação - Brasil, China, Índia e Rússia, os emergentes. Dos quatro, o Brasil é o que menos cresceu. Mas é o único que não sofre com conflitos étnicos, é culturalmente homogêneo, adotou a democracia, a economia de mercado e a racionalidade fiscal. Em 2010, deve começar a extração comercial das imensas jazidas de petróleo do pré-sal no litoral brasileiro. O Brasil abriu o século ganhando o direito de sediar os dois maiores eventos esportivos, a Copa do Mundo (2014) e a Olimpíada (2016). Por enquanto, nós somos os campeões.

LULA E O ÓLEO
O presidente costuma carregar no ufanismo
e nos elogios a si mesmo, mas no caso
do petróleo do pré-sal a taça é nossa
e ninguém tasca


2. A China se exibe para o mundo

Paul Giham/Getty Images
PEQUIM | Sexta-feira, 8 de agosto de 2008
20h08, começa a cerimônia de abertura da Olimpíada, uma exuberante exibição da China como potência mundial


A China salvou o mundo da recessão no ano passado e neste, assim como os Estados Unidos salvaram a Europa das guerras fratricidas do século passado. Coincidentemente, um mês antes da explosão da crise, Pequim exibiu para 4 bilhões de pares de olhos um belíssimo espetáculo de abertura da Olimpíada. Foi a entrada triunfal da China na cena mundial. Os emergentes subiram ao palco do mundo para ficar. Em 2010, a China deve superar o Japão, tornando-se a segunda maior economia do planeta. Em 2030, ultrapassará a dos Estados Unidos. Seu desafio imediato é recalibrar a economia para depender menos das exportações e mais do consumidor chinês, que tem se mostrado um poupador sem limites. E, claro, virar uma democracia, sem a qual as coisas ficarão cada vez mais complicadas. O dólar tende a prosseguir seu declínio, mas não haverá declínio da influência dos Estados Unidos, sobretudo se conseguirem envolver a Índia.

O modelo chinês não é tão ofensivo à democracia e ao capitalismo quanto foi o soviético. Principalmente, a China não é apenas um império de fachada como aquele que ruiu no começo da década de 90. Dos soviéticos se dizia que podiam colocar uma nave em órbita da Terra, mas eram incapazes de vestir e alimentar sua população. A China lança cosmonautas ao mesmo tempo em que satisfaz as necessidades de consumo diárias de mais de 1 bilhão de pessoas. Seu modelo não é imitável, mas funciona. Ele se baseia em uma economia mista, fortemente planejada, com baixos salários e um numeroso exército de reserva de trabalhadores formado por uma população, se não educada, pelo menos educável e atavicamente disciplinada.

3. O perigo que poucos viram

INTERROGADOR AMERICANO
atiça um cão contra um suspeito na prisão de Abu Ghraib: o terror desafiou os Estados Unidos e pagou caro


Em seu famoso livro de 1992 intitulado O Fim da História e o Último Homem, o americano Francis Fukuyama caminhou sobre as cinzas ideológicas já frias deixadas pelo colapso da União Soviética e pressentiu o começo de um mundo sem conflitos globais desestabilizadores. Com a derrocada prática e teórica do comunismo, morriam também as ameaças ao Ocidente e seu modo de vida. Fukuyama dedicou apenas um parágrafo ao radicalismo islâmico. Errou feio e em palco iluminado pela fama. Mas não foi o único. Praticamente ninguém viu o ódio montante no mundo islâmico ser transformado em terrorismo. Ele se abateu sobre Nairóbi (1998, 213 mortos) e explodiu no fatídico 11 de setembro de 2001. O ataque venceu o bom senso dos Estados Unidos, levou o país a lutar duas guerras simultâneas, à aventura do unilateralismo e ao desrespeito das virtudes que o fizeram grande.

4. A Era do Deus-partícula

Peter Ginter
FRONTEIRA FRANCO-SUÍÇA | Segunda-feira, 30 de novembro de 2009
0h44, o Large Hadron Collider (LHC) torna-se o acelerador de partículas mais poderoso do mundo


O Large Hadron Collider (LHC), o maior e mais caro acelerador de partículas do mundo, já entrou para a história. Em 30 de novembro, acelerou feixes de prótons a uma velocidade jamais alcançada. Com isso, depois de um ano paralisado por falhas, o LHC voltou a canalizar as esperanças de cumprir a mais ambiciosa aspiração cósmica do homem - desvendar os segredos do Big Bang, a explosão que deu origem ao universo há 13,7 bilhões de anos. A máquina é um túnel circular, de 27 quilômetros, construído sob o solo nas proximidades de Genebra, na fronteira da Suíça com a França. Custou 8 bilhões de dólares, reúne 10 000 cientistas e carrega a promessa de produzir o que está sendo chamado de "a nova física". O LHC é o experimento mais ambicioso da história. Pretende descobrir a origem da matéria. Se fracassar, mostrando que a matéria não vem de onde os físicos imaginam, causará uma antirrevolução, negando todo o conhecimento físico dos últimos 35 anos. Se der certo, confirmando que a massa vem do que os físicos chamam de "bósons de Higgs", causará a maior revolução da física: vai elucidar a origem do universo. Em uma hipótese ou em outra, são enormes as chances de que o LHC mude nosso entendimento da realidade. A frase definidora do físico Steven Weinberg, Nobel em 1979: "Cedo ou tarde, vamos descobrir os princípios físicos que governam todos os fenômenos naturais. Hoje, somos como os plebeus de Roma no tempo em que a Lei das Doze Tábuas era mantida em segredo".

5. Sob o império das bolhas

Brooks Kraft/Corbis/Latinstock
BEN BERNANKE,
presidente do Banco Central dos Estados Unidos: depressão teórica e prática


Com sua figura sóbria e professoral, o acadêmico Ben Bernanke, um estudioso da depressão dos anos 30, cavalgou o grande tumulto financeiro do século XXI como o homem certo na hora certa. Ele sucedeu a ninguém menos do que uma lenda, o carismático Alan Greenspan, uma esfinge que nos dezoito anos precedentes conduziu a política econômica dos Estados Unidos e, por sua influência gigantesca, do mundo. Bernanke assumiu e logo a reputação de Greenspan estava dinamitada pelo estouro de uma bolha financeira em Wall Street que foi o pavio do maior cataclismo financeiro mundial desde o crash das bolsas de 1929. Em dezoito meses, Wall Street despencou da era mais rentável de sua história para o período de maior desmanche em oitenta anos. O núcleo do mundo financeiro começou a ruir em setembro de 2008, quando ficou claro que o preço dos imóveis não subiria mais no mesmo ritmo do crescimento das montanhas de dinheiro virtual que se formaram sobre as hipotecas imobiliárias. Houve pânico de venda. Todo mundo queria se livrar dos "ativos tóxicos", títulos de alguma forma vinculados a hipotecas que nunca seriam quitadas. Foi o que se chamou de estouro da "bolha imobiliária". Ela foi formada, por sua vez, por dinheiro excedente jogado no mercado por Greenspan para diminuir os impactos de uma bolha anterior, a da internet. Agora, muitos analistas suspeitam que outra bolha esteja sendo produzida como resultado da trilionária ajuda financeira aos bancos pré-falimentares em 2008. A frase do economista Robert Shiller, da Universidade Yale, resume o século financeiro até aqui: "A sensação de prosperidade econômica que geralmente acompanha uma bolha especulativa é causada pela própria bolha, e não pela qualidade dos fundamentos econômicos".

6. A morte da privacidade

Rob Groffith/AP
O TIGRE FERIU,
foi ferido e sua casa virou uma jaula de paredes de vidro totalmente devassada


Elas foram aparecendo ao ritmo de uma a cada dia. Em pouco tempo, chegaram a uma dezena. Todas muito parecidas no tipo físico, com aquela beleza-padrão construída pelo bisturi dos plásticos e pelos pesos nas academias. Juntas, concentravam Botox suficiente para paralisar um batalhão de infantaria. Ganharam celebridade instantânea deixando vazar nas publicações sensacionalistas dos Estados Unidos que tiveram casos-relâmpago - ou mais duráveis - com o mais admirado e mais bem pago atleta da década, o golfista Tiger Woods. Em poucos dias, o casamento de Woods com Elin Nordegren estava aos pedaços, com cada cena sangrenta sendo narrada, com acréscimos picantes verdadeiros ou não, por centenas de milhões de pessoas no mundo por meio da internet e de suas infernais ferramentas instantâneas - e-mail, Facebook, Orkut e, principalmente, Twitter. São as mesmas ferramentas que os famosos usam para se tornar ainda mais famosos e que se voltam contra eles quando querem o direito a alguma privacidade. Compartilhar informações pessoais e até íntimas instantaneamente pela internet é marca registrada do comportamento neste começo de século - e nada indica que não será assim daqui para a frente.

7. A tinta e o papel digitais

TELAS DOBRÁVEIS
com texto e fotos virtuais que parecem impressos em papel

Os aparelhos para ler livros eletrônicos surgiram no fim dos anos 90, mas o mercado só começou a acertar o prumo quando a Sony lançou seu PRS-500 com uma novidade: a tinta digital, criada nos laboratórios do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. A tinta digital, composta de microcápsulas pretas e brancas que se recombinam por estímulo elétrico, tem duas vantagens: consome pouca bateria, pois dispensa aquela luz de fundo que ilumina telas de computador e celular, e dá à página exposta no visor uma aparência de livro convencional, emulando a sensação visual e tátil da leitura tradicional. Estima-se que, neste ano, tenham sido vendidos 5 milhões de aparelhos das diversas marcas no mercado. Há modelos que armazenam mais de 1 500 livros - ao ritmo de um livro por semana, é estoque para trinta anos de leitura. Até o século XV, um monge manuscrevia de dois a três livros por ano. Com sua impressora, Johannes Gutenberg, sozinho, produziu 180 cópias da Bíblia. Com a linotipia, o mimeógrafo ou a máquina de xerox, a reprodutibilidade foi crescendo exponencialmente. Com a tinta digital, chega-se ao ápice. Qualquer texto escrito pode ser disseminado em segundos, sem limite físico, pela internet ou pelo ar, como as conversas nos celulares. Em 2010, devem ser vendidos 12 milhões de aparelhos de leitura digital. Com o tempo, eles ficarão mais rápidos e mais baratos, ganharão cores e vídeos. Quando o acervo literário estiver integralmente digitalizado, eles serão uma janela de acesso a todo - todo - o conhecimento escrito. Isso ocorrerá antes do fim deste século, mas o que fazer com tanto conhecimento ainda dependerá da curiosidade do cérebro humano.

8. "Xis", a marca de Steve Jobs

Epa/Corbis/Latinstock
O LÍDER DA APPLE
em uma de suas memoráveis keynotes: "As pessoas não sabem que querem determinado produto até eu lhes mostrar"


Steve Jobs, 54 anos, vive com um fígado transplantado neste ano e um cérebro que nada fica a dever ao dos maiores capitães de indústria de todos os tempos. Jobs é o principal executivo (CEO) da Apple, a mais inovadora empresa digital da primeira década do sé-culo XXI. O que fez Jobs? Ele revolucionou os três pilares da indústria digital - a música, o celular e o computador pessoal. Em 2001, Jobs lançou via internet um serviço de venda de músicas, o iTunes, e um simpático aparelhinho portátil para reproduzi-las, o iPod. Até setembro passado, já haviam sido vendidos 220 milhões de iPods no mundo e mais de 8 bilhões de canções foram baixadas via iTunes. As vendas do iPhone são menos precisas, mas pode chegar a 50 milhões o número dos celulares da Apple. O sucesso dos computadores idealizados por Jobs não se mede por volume de vendas, mas por eles terem sido pioneiros em quase todas as inovações - do mouse e dos ícones na tela às webcams embutidas -, com exceção, talvez, das telas sensíveis ao toque, que, no entanto, fizeram sua estreia no iPhone antes de chegar aos PCs concorrentes da Apple. Sua regra básica de ação é não gastar milhões em pesquisas para saber o que os consumidores querem, pois o que conta é inovar radicalmente - tão radicalmente que o consumidor só vai descobrir que deseja o produto depois de conhecê-lo. Jobs e suas criações são muito copiados, mas raramente com sucesso. Como escreveu a revista The Economist sobre o Zune, aparelho lançado pela Microsoft para desbancar o iPod entre os jovens: "O Zune parece seu pai querendo ser moderninho". Jobs diz que as pessoas devem tentar apaixonadamente deixar pelo menos uma marca no universo. Ele já deixou a dele na primeira década do século XXI.

9. Gays, casais e conservadores

Michael Kooren/Reuters
AMSTERDÃ | Domingo, 1° de abril de 2001
0h01, três casais gays e um casal de lésbicas realizam o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo


Como sempre, a Holanda saiu na frente. Foi o primeiro país a permitir que homossexuais casassem e adotassem filhos, dando-lhes assim os mesmos direitos e deveres civis dos casais heterossexuais. Em seguida, os gays conseguiram o mesmo trunfo na Bélgica. Depois, no Canadá. Conseguiram na Noruega e na Suécia. Até na Espanha, país de maioria católica e tradição conservadora, e na África do Sul, a primeira nação africana a conceder tal direito. Casais gays em busca de reconhecimento pelo estado de sua união estável são um fenômeno que começou a se multiplicar na primeira década do século atual. O que eles e elas estão buscando com isso? A regularização perante a lei das questões econômicas relativas à partilha de bens e herança é um dos objetivos. Outro é terem o direito de reivindicar proteção legal para suas escolhas sexuais quando se apresentarem, por exemplo, para receber a adoção de crianças. Em resumo, casais de gays e lésbicas exigem neste começo de século o direito de, pela primeira vez, ser pais e mães de família conservadores - em contraste com o fato de sempre terem se identificado no passado com as vanguardas dinamitadoras de tabus.

10. A década em que a casa caiu

Justin Sullivan/Getty Images
O CONDOMÍNIO NA CALIFÓRNIA
ficou quase deserto: a crise econômica nos EUA ainda não venceu a "armadilha da liquidez"


Aos poucos, a economia americana começa a retomar o dinamismo que a caracterizou até o choque econômico do ano passado. As lojas estão vendendo um pouco mais, as encomendas voltaram a ser feitas às fábricas, os bancos se apressam em devolver os bilhões de empréstimos estatais de emergência que tomaram no auge do cataclismo econômico. Até o emprego está dando alguns sinais de vida, com a diminuição gradual do volume da ajuda mensal que o estado concede aos que perderam seu posto de trabalho. Enfim, o capitalismo não acabou e o modo de vida dos americanos continua basicamente o mesmo. Mas há algo de estranho na paisagem que a foto desta página ilustra bem. Pela quantidade de dinheiro injetada na economia pelo banco central dos Estados Unidos, o condomínio que aparece quase deserto aqui deveria estar pululando de novas construções. Ou seja, as pessoas deveriam estar correndo de novo aos bancos para fazer empréstimos e construir casas. Isso não está ocorrendo - ou está, e os bancos não estão emprestando por medo de se arriscar. A situação em que a taxa básica de juros é baixíssima, 0,25% no caso atual dos Estados Unidos, e mesmo assim a economia não reage, dando um salto adiante, foi definida pelo economista John Maynard Keynes como "armadilha de liquidez". Há poucas dúvidas sobre ser esse o diagnóstico a explicar a lentidão com que a maior economia do mundo está se recuperando. A encrenca começa mesmo quando se buscam as saídas para isso. Economistas keynesianos advogam mais liquidez e mais gastos públicos. Os outros acham que os bancos não emprestam e as pessoas não gastam como deveriam por desconfiança da saúde do Tesouro, e nesse caso o remédio é menos liquidez e menos gastos. O tempo vai mostrar quem está certo. Mas a primeira década americana no século XXI vai ser lembrada por um debate mais típico das economias periféricas.

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