Agora, o "efeito peneira"
Aparelho com microagulhas perfura a pele para estimular
a produção de colágeno. Sim, dói. E pode sangrar também
Cristiane SinaturaLaílson Santos FURAR PARA REJUVENESCER
No consultório, movimentos em vaivém, em todas as direções• Em VEJA: Especial Beleza: as novidades científicas (3/3/2010) No duelo épico-estético em que se digladiam os seres humanos e as marcas do tempo, praticamente qualquer arma terá seus adeptos – mesmo as que machucam e até sangram. Uma das mais recentes parece instrumento de tortura: trata-se de um rolinho coberto por 200 microagulhas de metal de 0,5 a 1,5 milímetro usado, isso mesmo, para perfurar a pele. O princípio, o mesmo dos peelings tradicionais, é que, para regenerar a área esfolada, o organismo intensificará a produção de colágeno, substância que sustenta a pele e que vai escasseando com o avanço da idade. Com mais colágeno, atenuam-se rugas, cicatrizes, manchas e flacidez. Lançado na Alemanha com o nome de Dermaroller e já imitado por outras marcas, o rolinho pode ser conjugado ao tratamento a laser para maior eficácia. O ritual começa com higienização e aplicação de pomada anestésica. A seguir, o rolinho é friccionado sobre a pele, em vaivém, em todas as direções, durante mais ou menos vinte minutos, e a pessoa vai embora com o rosto perfurado como uma peneira e um tanto avermelhado. No Brasil, há dermatologistas que só aguardam a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já requerida, para aderir. "A técnica é indicada para pessoas de 40 a 50 anos que tenham sinais leves de envelhecimento", explica o dermatologista Marcelo Bellini, de São Paulo. "O número de sessões depende de cada caso e o intervalo recomendado é de três a quatro semanas." Há quem ache a novidade um retrocesso. "Se o mesmo procedimento que machuca a pele não coagula o sangue logo em seguida, aumentam os riscos de infecção", alerta a dermatologista Paula Bellotti, do Rio de Janeiro. Mas, como novidade é novidade e sempre se acha quem a aplique, a publicitária paulistana Carmen Helena Sangiorgio, 51 anos, passou por quatro sessões (média: 500 reais cada uma) e gostou. "Diminuíram as ruguinhas, a pele ficou mais viçosa, com cor e brilho", garante. Doeu, claro, "como se fosse uma tatuagem", mas ela nem piscou: "Sou resistente à dor."