Friday, February 12, 2010

A alienígena brasileira no seriado americano

Que delícia de invasão

Líder de uma armada alienígena na série V, a carioca Morena
Baccarin tornou-se "o rosto mais quente da TV americana"


Marcelo Marthe

No primeiro episódio da série americana V, os arranha-céus de Nova York são encobertos por um óvni gigantesco. E o mesmo ocorre em metrópoles como o Rio de Janeiro - até o Cristo Redentor é lançado na escuridão. Mas o monumento carioca mais vistoso em cena é outro: a líder dos extraterrestres. Anna, cujo rosto surge numa projeção no céu para anunciar que eles vieram à Terra em missão de paz, é vivida por Morena Baccarin, atriz nascida no Rio e radicada nos Estados Unidos desde os 10 anos. Regravação de uma minissérie dos anos 80, V (de "Visitantes") converteu-se, em novembro, na estreia de maior sucesso da rede ABC desde Lost. De quatro episódios iniciais, teve sua temporada alongada com mais oito, que estrea-rão nos Estados Unidos em março. A série, que chegará ao canal pago brasileiro Warner em abril, conferiu fama a Morena. Hoje com 30 anos, ela é o "rosto mais quente" da TV daquele país, proclamou a revista People. A atriz, que já acumulava outros trabalhos na ficção científica, entrou de vez para o imaginário dos fãs do ramo com Anna - que se revela a monstrenga-mor de uma raça de lagartos que almejam parasitar o planeta. Morena vê motivações nobres na personagem. "Anna só tenta fazer algo admirável por seu povo", disse a VEJA, por telefone, do Canadá, onde grava o programa.

Morena mudou-se para os Estados Unidos nos anos 80, quando seu pai, o jornalista Fernando Baccarin, foi trabalhar na sucursal da Rede Globo em Nova York. Incentivada pela mãe, a atriz Vera Setta - que atuou em chanchadas nos anos 70 e, mais recentemente, na peça Os Monólogos da Vagina -, ela cursou teatro na prestigiosa Juilliard School. Os pais retornaram ao Brasil. Morena, então com 17 anos, ficou. "Hoje me considero mais americana que brasileira", diz. A imersão na cultura local lhe deu uma vantagem nesse mercado: ela fala inglês sem sotaque. "Mas meu português é elementary (básico)", afirma.

Embora seu sonho fosse fazer teatrão clássico, o máximo que obteve foi uma vaga como substituta da atriz Natalie Portman numa peça do russo Anton Tchekov (1860-1904). "Foi frustrante ver outra brilhando no papel que eu queria", diz. A dificuldade no teatro nova-iorquino levou-a, em 2001, a se bandear para Los Angeles. Logo no terceiro dia na cidade, conheceu o roteirista Joss Whedon (deBuffy, a Caça-Vampiros) - e, no sexto dia, já estava gravando o seriado Firefly. "Nessa profissão, não basta talento. Tem de ser sortuda", afirma. Em Firefly (e no filme Serenity, de 2005, derivado dele), ela interpretava Inara Serra, uma prostituta intergaláctica (Morena fez, ainda, ponta na sagaStargate SG-1). "Numa convenção de fãs, conheci até uma nenenzinha chamada Inara", diz. São os nerds prestando homenagem a Morena.

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