Saturday, January 30, 2010

Veja Recomenda e Os mais vendidos

CINEMA

MOTHER (Madeo, Coreia do Sul, 2009. Estreia na próxima sexta-feira no país)

Divulgação
CINEMA
O filme sul-coreano Mother: o instinto
materno pode ser monstruoso


• Hye-ja é uma mulher simples. É viúva, tem uma pequena loja de ervas medicinais numa cidadezinha do interior da Coreia do Sul e pratica acupuntura às escondidas, já que não possui licença, a fim de completar sua renda. Interesse, tem um só na vida: o filho Do-joon, um rapaz muito bonito, mas que sofre de certo atraso mental. Todos os pensamentos e ações de Hye-ja revolvem em torno de Do-joon. O filho de vez em quando se rebela contra a tutela materna – e, como este é um filme do excepcionalmente talentoso diretor Joon-ho Bong, de Memórias de um Assassino e O Hospedeiro, desde a primeira e muito surpreendente cena já se sente no ar aquela eletricidade característica das terríveis cadeias de eventos que às vezes envolvem as pessoas. Do-joon é atropelado, corre atrás do motorista fugitivo, e o espectador sente o coração vir à boca: é agora que o pior vai acontecer. Não; ele passa a noite num bar, embebeda-se e tem um estranho encontro – que, ao que parece, não resulta em nada. Assim, de cena em cena, a roleta vai girando, até que finalmente para de vez na casa do azar. Do-joon é acusado de um crime gravíssimo e, sem outra opção, Hye-ja, essa mulher tão sem preparo e sem recursos, tenta provar sozinha a inocência dele. Nesse percurso desesperador, algo inesperado fica à mostra: o instinto materno pode, sim, ser algo cruel e até mesmo monstruoso. Não há nada, hoje, que se compare à inventividade e à turbulência do cinema sul-coreano. Nem à sua perícia: Joon-ho Bong lida o tempo todo com emoções extremas sem nunca descuidar também da trama policial que dá sustentação ao enredo – e que, como tudo mais em Mother, é coisa de virtuose.

LIVROS

SE VOCÊ GOSTOU DA ESCOLA, VAI ADORAR TRABALHAR, de irvine welsh
(tradução de Paulo Reis e Sergio Moraes Rego; Rocco; 376 páginas; 54,50 reais)

• O escocês Irvine Welsh não é um escritor sutil. Seu maior sucesso,Trainspotting, de 1993, crônica devastadora da vida de um grupo de viciados em heroína, não tinha pudor em apresentar seus protagonistas nas situações mais degradantes e escatológicas. Apesar desses temas pesados, Welsh faz uma literatura pop muito divertida – a leitura perfeita para o período de férias. Este novo livro reúne quatro contos e uma novela breve de Welsh. No primeiro conto,Cascavéis, um grupo de jovens viaja pelo deserto do Arizona em busca de uma droga indígena mística, mas um dos rapazes acaba picado por uma cobra em local dolorosamente íntimo – acidente que vai precipitar outras circunstâncias cômicas. Welsh convida o leitor a rir, sem culpa, desses personagens desgraçados. Leia o trecho.

A ARTISTA DE XANGAI, de Jennifer Cody Epstein
(tradução de Flávia Carneiro Anderson; Record; 452 páginas; 57,90 reais)

Album/Latinstock
LIVRO
Tela de Pan Yuliang, a protagonista de
A Artista de Xangai: escândalo na China

• A chinesa Pan Yuliang (1899-1977) ficou órfã na infância e aos 14 anos foi vendida, por um tio viciado em ópio, a um bordel. Foi tirada de lá por um funcionário do governo que a transformou primeiro em concubina e depois em esposa. O marido incentivou seu talento artístico. Pan frequentou uma escola de arte em Xangai e prosseguiu seus estudos em Paris. De volta ao país natal, suas telas "afrancesadas" – as cores lembram Cézanne – causaram escândalo por retratar a nudez feminina, tabu no meio artístico chinês. Em 1937, escapando à invasão japonesa, Pan radicou-se em Paris, onde morreu em 1977. Neste romance biográfico, a jornalista americana Jennifer Cody Epstein reconstitui, com muita vivacidade, a extraordinária vida dessa prostituta que se tornou artista. A descrição da vida no bordel resultou em páginas fortes. Leia o trecho.

DISCOS

WATCHING THE SKY, Jesse Harris (PIC Music)

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DISCO
Jesse Harris: ele é mais do que
o parceiro de Norah Jones

• O cantor e compositor americano Jesse Harris já lançou seis discos e trabalhou com artistas de estilos os mais variados – do cantor de soul Solomon Burke ao grupo folk Bright Eyes. Mas ele ficou conhecido sobretudo como o autor de Don’t Know Why, sucesso do primeiro CD de Norah Jones. Watching the Sky é uma ótima chance para conhecer mais de perto o trabalho de Harris, um ótimo compositor. Suas canções mesclam o jazz, o country e a música folk, com melodias que ora emulam o pop elegante do maestro americano Burt Bacharach, ora lembram o country rock do também americano Gram Parsons. Watching the Sky ganhou forma durante uma turnê de Harris com o percussionista brasileiro Mauro Refosco (que tocou ao lado de Bebel Gilberto e David Byrne). A dupla se encarregou de quase todos os instrumentos do disco – a exceção foi o baixo, a cargo do excelente Tony Scherr. Harris é também um bom intérprete: embora não seja poderosa, sua voz é afinada e agradável. E é claro que ele recorre à amiga que lhe consolidou a fama: Norah Jones faz um dueto com Harris em It Will Stay with Us.

EU MENTI PRA VOCÊ, Karina Buhr (Tratore)

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DISCO
Karina Buhr: folclore, reggae
e deboche com as leis
de incentivo à cultura

• Desde que Chico Science & Nação Zumbi lançaram o disco Da Lama ao Caos, em 1994, todo artista que sai de Pernambuco é recebido como vanguarda da MPB. Os imitadores de Chico Science, porém, apenas mascaram a falta de talento com uma atitude exótica e certa discurseira "social". A cantora e instrumentista Karina Buhr passa longe dessa turma. Nascida na Bahia, criada em Pernambuco e atualmente radicada em São Paulo, ela foi uma das fundadoras do Comadre Fulozinha, grupo que trabalhava com ritmos pernambucanos. Essa vertente, digamos, folclórica ainda se faz presente no seu primeiro disco-solo, mas a ela foram integrados gêneros como funk, reggae, dub e pop. O resultado é um trabalho de fácil assimilação, porém com uma carga de inovação e ousadia que estava em falta no atual cenário das cantoras brasileiras. Como letrista, Karina revela uma ironia mordaz, seja falando de assuntos do dia a dia (a faixa-título, Mira Ira) ou dos burocratas das artes (Ciranda do Incentivo debocha das leis de incentivo à cultura).


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