Saturday, January 30, 2010

Carta ao Leitor

O desafio da inovação

Montagem sobre fotos AP e divulgação
Montagem com imagem
do filme Avatar exibida em um
iPad, a nova aposta da Apple,
de Jobs

Uma reportagem desta edição de VEJA mostra como a Apple, dirigida pelo carismático Steve Jobs, se tornou a mais fulgurante empresa da era digital. Jobs apresentou ao mundo sua nova aposta, o iPad, um aparelho maior que um telefone celular e menor que um computador portátil. É cedo para diagnosticar se o iPad vai repetir o sucesso de venda dos últimos lançamentos da Apple, o iPod (220 milhões) e o iPhone (50 milhões). Há pouca dúvida, porém, de que a máquina de inovar de Jobs terá produzido mais uma cápsula do que há de mais avançado em tecnologia digital no planeta e, assim, assegurado mais um período de sólidos resultados financeiros para sua empresa, com ou sem recessão econômica. Se não convenceu inteiramente os comentaristas tecnológicos, é unânime a previsão de que o iPad "fará dinheiro".

A expressão "fazer dinheiro", como sinônimo de criação de riqueza, nasceu com a transformação dos Estados Unidos em potência tecno-militar-industrial, como observou o economista ganhador do Prêmio Nobel Paul Samuelson, morto aos 94 anos, em dezembro passado. Antes disso, vigorava a noção mercantilista de que a riqueza apenas mudava de dono, sendo herdada ou tomada de alguém mais fraco ou menos hábil, pelo comércio, pela trapaça e pela guerra de conquista entre países. O que libertou as forças econômicas desse jogo de soma zero, em que o ganho de alguns não aumentava o bolo geral de riqueza, foi a inovação, aliada a sua irmã gêmea, a produtividade, ambas dependentes da ciência aplicada e da tecnologia.

Como relata outra reportagem de VEJA, tem-se em Avatar um exemplo de outra natureza de como a inovação produz riqueza. A obra é um prodígio de manipulação cênica de imagens digitais que se aproxima de arrecadar 2 bilhões de dólares, para se tornar o filme mais lucrativo de todos os tempos. O iPad e Avatar são apenas algumas das recompensas previsíveis de um modelo baseado na liberdade econômica, na capacidade de gerenciamento, liderança e comunicação corporativa, no uso intensivo de capital privado de risco e na estreita colaboração entre universidades e empresas. Seria extraordinário se o Brasil resolvesse adotar políticas públicas e posturas que estimulassem a inovação em todas as frente

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