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DVD A CONVERSAÇÃO (The Conversation, Estados Unidos, 1974. Lume) TELEVISÃO V (Estreia nesta terça-feira, às 22 horas, na Warner) DISCO DÉLIBÁB, Vitor Ramil (Satolep) • O cantor e compositor gaúcho Vitor Ramil gosta de falar de uma certa "estética do frio" – seu modo de colocar o Rio Grande do Sul no meio de uma região cultural que incluiria a Argentina e o Uruguai. Nada mais natural, portanto, que seus trabalhos tenham uma identificação com a figura campeira do gaucho e com os gêneros musicais do sul. Esse viés regional não é uma limitação: Ramil é um compositor criativo e cosmopolita, que pode ser apreciado por ouvintes de qualquer procedência. Délibáb (o título é um termo húngaro que significa miragem) estreita ainda mais os laços de Ramil com a cultura argentina. Ele musicou seis poemas do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986). Completam o disco outros seis poemas, do gaúcho João da Cunha Vargas (1900-1980). Os temas vão da figura docompadrito, uma espécie de marginal portenho, presente nos textos de Borges, a personagens dos pampas. Ao contrário do superproduzido Satolep Sambatown, trabalho anterior de Ramil,Délibáb é de uma simplicidade farroupilha: o cantor toca violão, se faz acompanhar de outro violonista, o argentino Carlos Moscardini, e recruta Caetano Veloso para um dueto em Milonga de los Morenos. LIVROS RIMBAUD – A VIDA DUPLA DE UM REBELDE, de Edmund White (tradução de Marcos Bagno; Companhia das Letras; 192 páginas; 35 reais), e O MUNDO PRODIGIOSO QUE TENHO NA CABEÇA – Franz Kafka, de Louis Begley (tradução de Laura Teixeira Motta; Companhia das Letras; 256 páginas; 37 reais) • O francês Arthur Rimbaud (1854-1891) e o checo Franz Kafka (1883-1924) são pedras fundamentais da literatura moderna. Gênio adolescente, Rimbaud inovou a poesia em quatro anos de atividade intensa (e escandalosa, por causa de seu envolvimento com um poeta mais velho e casado, Verlaine). Depois, trocou as letras por uma vida aventurosa no norte da África. Burocrata discreto, Kafka escreveu algumas das narrativas mais perturbadoras do século XX, como A Metamorfose e O Castelo. Realizados por bons autores americanos, CINEMA A ESTRADA (The Road, Estados Unidos, 2009; estreia no país na próxima sexta-feira) • Primeiro, um brevíssimo prólogo: sol, flores e um casal (Viggo Mortensen e Charlize Theron) à espera do primeiro bebê. Depois, um clarão – e toda essa beleza nunca mais será vista. A mãe não suporta o horror de um mundo destruído pelo holocausto nuclear e se mata; o pai vaga com o filho, já menino (o ótimo Kodi Smit-McPhee), por uma terra em que há apenas sujeira, canibalismo e morte. Adaptada do romance do americano Cormac McCarthy, essa história da determinação de um pai em dar uma chance de vida a seu filho é conduzida com maestria pelo australiano John Hillcoat (que tem entre seus créditos outro filme brilhante, o faroeste A Proposta). Não há aqui sensacionalismo, gratuidade na violência nem tentativa de manipular os sentimentos da plateia. O diretor substitui essas constantes do filme pós-apocalíptico pela confiança em Mortensen (sempre plenamente merecida), pela agudeza com que encena seus breves encontros com outros personagens (como nas pontas arrasadoras de Robert Duvall e Guy Pearce) e por um final cuja emoção permanece viva até muito depois de as luzes se acenderem. [A|B#] Fontes: Balneário Camboriú: Livrarias Catarinense; Belém: Laselva; Belo Horizonte: Laselva, Leitura; Betim: Leitura; Blumenau: Livrarias Catarinense; Brasília: Cultura, Fnac, Laselva, Leitura, Nobel, Saraiva; Campinas: Cultura, Fnac, Laselva; Campo Grande: Leitura; Caxias do Sul: Saraiva; Curitiba: Fnac, Laselva, Livrarias Curitiba, Saraiva; Florianópolis: Laselva, Livrarias Catarinense, Saraiva; Fortaleza: Laselva, Saraiva; Foz do Iguaçu: Laselva; Goiânia: Leitura, Saraiva; Governador Valadares: Leitura; Ipatinga: Leitura; João Pessoa: Saraiva; Joinville: Livrarias Curitiba; Juiz de Fora: Leitura; Londrina: Livrarias Porto; Maceió: Laselva; Mogi das Cruzes: Saraiva; Navegantes: Laselva; Petrópolis: Nobel; Piracicaba: Nobel; Porto Alegre: Cultura, Fnac, Livrarias Porto, Saraiva; Recife: Cultura, Laselva, Saraiva; Ribeirão Preto: Paraler, Saraiva; Rio de Janeiro: Argumento, Fnac, Laselva, Saraiva; Salvador: Saraiva; Santa Bárbara d’Oeste: Nobel; Santo André: Saraiva; Santos: Saraiva; São Paulo: Cultura, Fnac, Laselva, Livrarias Curitiba, Livraria da Vila, Martins Fontes, Nobel, Saraiva; Sorocaba: Saraiva; Vila Velha: Saraiva; Vitória: Laselva, Leitura; internet: Cultura, Fnac, Laselva, Leitura, Nobel, Saraiva, SubmarinoVEJA Recomenda
Everett Collection/Grupo Keystone 
DVD
Hackman, em A Conversação: soberbo
• Ao rever este filme magnífico, termina-se com duas constatações: em que pesem os grandes méritos de outros diretores e atores do início dos anos 70, não havia cineasta que chegasse perto de Francis Ford Coppola – nem ator mais completo que Gene Hackman. Feito entre os dois primeiros episódios de O Poderoso Chefão, este suspense trata de Harry Caul, um especialista em "grampos" e outras variedades de espionagem sonora. Harry mora em um apartamento que é quase uma jaula, tantas as grades; é um paranoico – mas, dadas as iluminações que seu ofício lhe proporciona sobre a natureza humana, é compreensível que ele o seja. Harry tem no passado um caso em que suas fitas levaram a uma morte. Quando uma nova incumbência lhe sugere que pode estar diante de uma situação ainda pior – o planejamento de um triplo homicídio –, ele entra em parafuso. A cada nova audição da conversa que gravou entre duas pessoas, em uma praça movimentada (uma cena obrigatória para estudantes de cinema), ele depreende uma interpretação diferente do que foi dito. Onde estará a verdade, afinal? Para Harry, ela é uma incógnita. Para o espectador, não há dúvida: poucos filmes chegaram tão perto da perfeição.Divulgação 
TELEVISÃO
Os alienígenas de V: répteis em pele
de ovelha
• Nova York vive um dia como outro qualquer. Mas eis que a metrópole americana é subitamente encoberta pela sombra de um disco voador gigantesco. Surge então, em uma enorme projeção nos céus, o rosto de uma linda mulher de cabelos curtos, que anuncia: os tripulantes alienígenas, que se autointitulam Visitantes (daí a letra que dá título à série), vieram à Terra em missão de paz, e estão dispostos até mesmo a compartilhar sua tecnologia avançada com os seres humanos. Anna, a líder extraterrestre (papel que transformou a brasileira Morena Baccarin num dos rostos do momento da TV americana), chega a obter o green card, em sinal de boa vontade de ambos os lados. Mas não tarda a ficar claro que tanta gentileza é só fachada: a belíssima estampa da morena esconde uma monstrenga reptiliana que, com seus companheiros igualmente feiosos, deseja parasitar o planeta e escravizar a humanidade. Refeitura de uma minissérie de ficção científica dos anos 80, V recicla o tema da paranoia de uma invasão alienígena – mas o faz de forma competente, como comprova seu sucesso na temporada atual das séries americanas.Ana Ruth Miranda/divulgação 
DISCO
Ramil: o cantor da "estética do frio"
esses dois ensaios biográficos examinam a vida e a obra de Kafka e Rimbaud com clareza e inteligência. Autor de Sobre Schmidt, Begley, polonês de nascimento, é advogado, o que lhe permite observações sagazes sobre os temas legais na ficção de Kafka. E White, autor também de uma reputada biografia de Marcel Proust, é um especialista em literatura francesa.Divulgação 
CINEMA
Viggo Mortensen em A Estrada: um quase nada
de esperança após o apocalipse
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