Saturday, April 24, 2010

Carta ao Leitor


A notícia é só o começo

Uma das páginas da reportagem sobre o Código de Ética Médica


A internet tem 150 sites para cada habitante do planeta. É mais de 1 trilhão de endereços por onde circulam volumes de dados medidos em terabytes – 1000x1000x1000x1000. A torrente de informações digitais é, para a equipe de VEJA, só o começo. Aliás, seja qual for a sua fonte, a notícia, para nós, é apenas o ponto de partida para investigações, análises e reflexões mais profundas, detidas e abrangentes. A revista que você lê agora tem vários exemplos de investidas jornalísticas em busca de significado nas notícias que circulam freneticamente pelo país e pelo mundo.

É o caso da reportagem sobre as pesquisas eleitorais. Ela abre uma clareira de racionalidade na selva de números conflitantes fornecidos pelos diversos institutos. A reportagem sobre a Hidrelétrica de Belo Monte também vai muito além da confusão armada na semana passada em torno da formação do consórcio construtor. O texto, gráficos e tabelas mergulham nas causas e possíveis soluções para o caos energético que se avizinha no horizonte do país. O mesmo procedimento foi aplicado à análise motivada pela declaração de José Serra, candidato à sucessão de Lula, em que ele critica o modelo atual com reeleição e defende um mandato único de cinco anos. Os jornalistas de VEJA avaliaram os custos de mais uma mudança de regras à luz das vantagens e desvantagens dos dois modelos.

A entrada em vigor do novo Código de Ética Médica brasileiro foi apenas a senha para a emocionante reportagem de capa desta edição. O documento inverteu o julgamento ético a respeito da distanásia, o uso de meios artificiais para prolongar a vida de pacientes sem esperança de cura ou melhora. Antes, a ordem era manter os aparelhos ligados a qualquer custo. Agora, a recomendação é, nos casos terminais, evitar "ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas". A jornalista Adriana Dias Lopes foi incumbida de investigar como profissionais da saúde, pacientes e seus familiares estão lidando com a excruciante decisão de vida e morte nos hospitais. Adriana fez descobertas surpreendentes que ajudam a compreender um dilema cuja complexidade humana e espiritual desafia quaisquer códigos. Colocá-lo, caro leitor, em posição privilegiada diante dos fenômenos de nosso tempo. Essa é nossa missão. Boa leitura.

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