Saturday, March 13, 2010

VEJA Recomenda Os livros mais vendidos


TELEVISÃO

Adam Chapman
TV
A série Vida: a nova parceria entre Discovery e BBC supera até Planeta Terra

VIDA (Estreia nesta quinta-feira, às 22h, no Discovery Channel)

• Há quatro anos, a rede inglesa BBC elevou os documentários sobre a natureza a um novo patamar de qualidade com a série Planeta Terra. A superprodução esquadrinhou as paisagens de todos os continentes, colhendo imagens nunca registradas da vida selvagem por meio de lentes ultrapotentes. Pois eis que a BBC (em coprodução com o Discovery) acaba de superar seu próprio feito. Produzidos durante quatro anos pela mesma equipe do programa anterior, os dez episódios de Vidacentram-se numa temática darwinista: as estratégias que permitiram às mais variadas espécies garantir seu sucesso na evolução. Em cenas captadas com proximidade e resolução impressionantes, o programa mostra animais como um sapo da Venezuela capaz de rolar montanha abaixo como uma bola para escapar de uma aranha predadora. Ou uma sequência em que dragões-de-komodo abatem um búfalo com dez vezes seu tamanho. Câmeras especiais permitiram que se seguissem de perto as migrações de renas e elefantes, assim como a realização de um registro estonteante do voo de borboletas. O narrador é o mesmo de Planeta Terra: sir David Attenborough, com mais de cinquenta anos de experiência nessa seara.

DVD

SUA ÚLTIMA SAÍDA (Pursued, Estados Unidos, 1947. Versátil)

Everett Collection/Grupo Keystone
DVD
Sua Última Saída: em início de carreira, Mitchum já mostrava suas qualidades

• Conhecido pelos olhos de alcova, jeito cínico – devasso, até – e pendor para personagens ambíguos, Robert Mitchum era pouco mais do que um estreante quando o grande diretor Raoul Walsh o escolheu para o papel de Jeb Rand neste faroeste. Mas os sinais do ator – e astro – único que ele se tornaria já estão todos lá. Feito órfão em um tiroteio num rancho, do qual quase nada se recorda, Jeb é criado por uma mulher que tem uma ligação obscura com seu passado – que ela se recusa a revelar. Desde que ele é levado para sua nova casa, a tensão se instaura: Jeb tem um vínculo estreito com a filha de sua protetora, mas uma rivalidade incontornável com seu irmão adotivo. Com o senso de ritmo que era um de seus maiores dons, Walsh vai acumulando os desdobramentos dessa história em entrechos ora sinistros, ora quase indecentes. Não obstante a habilidade do diretor (que dribla sem dificuldade a modéstia da produção, valendo-se de uma cinematografia superlativa), é a atuação de Mitchum a peça em torno da qual gira toda essa engrenagem. Uma excelente chance de ver um astro que hoje não mais desfruta o prestígio que fez por merecer.

LIVROS

SENHORES E CRIADOS E OUTRAS HISTÓRIAS, de Pierre Michon (tradução de André Telles; Record; 160 páginas; 28 reais)

• Nascido em 1945, o francês Pierre Michon estreou na literatura aos 37 anos, com o romance Vidas Minúsculas, em que oito relatos diversos compõem um retrato desolado do vilarejo de Creuse, onde ele nasceu e cresceu. Senhores e Criados e Outras Histórias é uma compilação de três textos seus – todos centrados no mundo da arte. Senhores e Criados, por exemplo, reúne a biografia fictícia de cinco pintores colossais: Vincent van Gogh, Cláudio de Lorena, Francisco de Goya, Antoine Watteau e Piero della Francesca. Em A Vida de Joseph Roulin, o autor reconstrói a figura de Van Gogh a partir da visão do carteiro Roulin, que vive bêbado pelos cantos e é amigo de um pobre pintor holandês. A última história – O Rei do Bosque – narra a batalha de um jovem camponês que quer entrar no mundo do luxo e da beleza, e tenta sua sorte por meio de um serviço para o pintor francês Claude Lorrain. Erudito, rigoroso no estilo até a última filigrana e profundamente familiarizado com o universo de que trata, Michon é uma voz singular no cenário atual – ainda que
pouco conhecida.

O QUE EU NÃO CONTEI, de Azar Nafisi (tradução de Mauro Pinheiro; Record; 378 páginas; 55 reais)

Camera Press/Other Images
LIVRO
A iraniana Azar Nafisi: assuntos proibidos

• Quando dava aula de literatura na Universidade de Teerã, a iraniana Azar Nafisi reunia em casa um grupo de alunas para ler e discutir obras proibidas em seu país, como as de Henry James e Vladimir Nabokov, além dos clássicos de Flaubert, Jane Austen e F. Scott Fitzgerald. O resultado de tais encontros foi o best-seller Lendo Lolita em Teerã, sobre a experiência dessas aulas clandestinas e a situação das mulheres no Irã, submetidas ao fanatismo do regime islâmico. "Para uma mulher, viver no Irã é comparável a fazer sexo com o homem que ela mais odeia: é um estupro dissimulado", disse ela a VEJA em 2004. Em O que Eu Não Contei, seu segundo livro de memórias, Nafisi narra passagens de seu passado, como a atribulada guerra de personalidades com sua mãe e o primeiro casamento com um homem que não amava. A ideia do livro surgiu a partir de uma lista que Nafisi começou a elaborar, após a revolução islâmica de 1979, de tópicos sobre os quais era preciso silenciar no país, aproveitando-se ainda de trechos do diário deixado por seu pai, ex-prefeito de Teerã.

DISCO

AN EDUCATION: ORIGINAL MOTION PICTURE SOUND-TRACK, vários intérpretes (Universal)

Cornel Lucas/Bips/Getty Images
DISCO
Juliette Gréco, a musa da chanson: ponto alto da trilha
sonora de Educação

• Jenny, protagonista do filme Educação, é uma adolescente que, na Londres dos anos 60, se recusa a aceitar o destino prescrito para ela. Jenny não quer estudar em Oxford, muito menos tornar-se professora: quer frequentar salas de concerto, clubes de jazz e conhecer Paris e os existencialistas. A trilha de Educação é perfeita no retrato dos seus dilemas e aspirações. Eles se fazem presentes nos delicados temas de Paul Englishby, responsável pela parte instrumental, no jazz do cantor Mel Tormé e nas canções pop pré-Beatles (entre as quais figuram o rhythm’n’blues de Ray Charles e o rock de Billy Fury). Mas o ponto alto são duas canções de Juliette Gréco, que Jenny adota como modelo de comportamento. Sous le Ciel de Paris e Sur les Quais du VieuxParis são superiores a qualquer coisa que Carla Bruni ou outras divas da nova chanson tenham gravado. A trilha recruta ainda artistas contemporâneas com um pé no jazz e no pop de meio século atrás – caso das cantoras Duffy, Melody Gardot e Madeleine Peyroux.

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