Saturday, March 13, 2010

Os grandes "bolhonários" da Forbes


Em tempo de bolha de commodities, Eike Batista ganha 19,5
dos seus 27 bilhões de dólares em apenas um ano e chega
ao oitavo lugar na lista da revista americana

Istockphoto
DE OLHO NO TOPO
Eike Batista tornou-se um dos maiores bilionários do mundo e ainda não está satisfeito. Ele quer o primeiro lugar



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Eike Batista, dono do Grupo EBX, que atua principalmente nos setores de mineração e petróleo, já disse que seu objetivo é se tornar o homem mais rico do mundo. Com a rapidez com que ele escalou posições no ranking anual de bilionários da revista americana Forbes, não será surpresa para ninguém se ele realmente chegar ao topo. Na lista divulgada na semana passada, Batista, que há dois anos estava na 142ª colocação, aparece em oitavo lugar, atrás de um mexicano, três americanos, dois indianos e um francês. Nesse período, o patrimônio pessoal de Batista quadruplicou, chegando a 27 bilhões de dólares. Ele é o mais ágil alpinista recente do ranking de bilionários que a Forbescomeçou a compilar em 1987.

Um dos atrativos dessas listas de gente rica – a revista classifica também o patrimônio de empresas, executivos e celebridades – é traduzir os mecanismos de produção e acumulação de fortunas em cada período. A família Pritzker, dona dos hotéis Hyatt, reinou nos anos 80, quando o turismo explodiu como a primeira grande indústria global. Em 1987, os Pritzker já dividiam a ribalta com gente esquisita como o traficante colombiano Pablo Escobar, que vivia o auge da impunidade do comércio atacadista de cocaína. No ramo da legalidade, despontava Sam Walton, o americano criador da Walmart, a rede que revolucionaria o comércio varejista no mundo. No mesmo ano, aparecia um bilionário que não produzia nem administrava nada – nem cocaína nem gôndola de supermercado. Ele apenas acumulava ações. Seu nome: Warren Buf-fett. Na lista de 2010, Buffett é o terceiro colocado.

De certa forma, Eike Batista é da linhagem de bilionários das bolsas iniciada por Warren Buffett. Eles ganham com ações e suas qualidades de gestão não são testadas – no caso de Eike, serão em breve, quando suas empresas começarem a produzir. Eles dão saltos no ranking em momentos de "bolhas de valorização". A bolha de Eike é a de commodities, as matérias-primas que, depois de visitarem o fundo do poço dos preços, estão em alta frenética e devem permanecer assim pelo horizonte visível da economia mundial. Buffett e Eike são, cada um a seu modo, "bolhonários". Segundo os cálculos da Forbes, dois terços da fortuna de Eike vêm da OGX, uma empresa petrolífera que ainda nem começou a extrair petróleo. Em 2008, ele fez uma oferta pública de ações da OGX e captou 4 bilhões de dólares.

O mercado apostou nele tendo como garantia apenas o direito de exploração de duas dezenas de blocos na Bacia de Campos. "A OGX só tinha uma promessa", diz Luis Esteves, da administradora de recursos Acktix. "De lá para cá, a OGX comprovou que realmente há petróleo nos blocos que pretende explorar", afirma Luiz Otávio Broad, analista da Ágora Invest. Na sexta-feira 19, será feita a oferta pública de ações da OSX na Bovespa, com uma capitalização esperada de 5,5 bilhões de dólares. Assim, Eike multiplicará sua fortuna, rumo ao primeiro lugar entre os "bolhonários" e, quando o petróleo brotar, também entre os bilionários.

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