VEJA Recomenda e Os mais vendidos
DVD THE INAUGURAL CONCERT, Gustavo Dudamel & Los Angeles Philharmonic (Universal) GIGANTE (Uruguai/Argentina/Espanha, 2009. Imovision) DISCOS VALLEYS OF NEPTUNE, Jimi Hendrix (Sony Music) • Existem centenas, se não milhares, de discos piratas e trabalhos póstumos do guitarrista americano, mas este merece uma audição atenta. Primeiro, porque tem um aval importante: foi produzido por Eddie Kramer, que cuidou dos principais trabalhos na discografia de Jimi Hendrix. As doze faixas do CD trazem jams e sobras de estúdio gravadas com o Experience, seu primeiro grupo. Hendrix era um músico extraordinário e um gênio da improvisação, como se pode perceber em faixas como Bleeding Heart (versão do blues de Elmore James) e Sunshine of Your Love (do trio Cream, que acabou incluída no repertório dos shows de Hendrix). Não bastasse o talento de seu líder, o Experience era formado por outros dois grandes instrumentistas: o baterista Mitch Mitchell, um motorzinho que também adorava improvisos, e o baixista Noel Redding (curiosamente, guitarrista por formação), que tinha a função de dar lastro aos voos da dupla. As melhores canções do disco são aquelas em que Hendrix se faz acompanhar por Mitchell e Redding. Naquelas em que Redding dá lugar a Billy Cox, a queda de qualidade é sensível. LIVROS A MENINA COM A LAGARTIXA, de Bernhard Schlink (Record; 112 páginas; 20 reais) • O escritor alemão Bernhard Schlink, de 55 anos, costuma usar o passado de seu país como pano de fundo de suas histórias, explorando os conflitos das famílias tocadas pelo nazismo e o peso de conviver com culpas antigas. Esses temas são preponderantes nos romances O Outro e O Leitor (este, traduzido para 39 idiomas e adaptado em um filme homônimo que deu a Kate Winslet o Oscar de atriz), e ressurgem de modo decisivo em A Menina com a Lagartixa. Nessa novela, Schlink mostra os reflexos íntimos da II Guerra Mundial sobre seu protagonista, um garoto que passa a infância toda ouvindo o pai – um importante juiz que, ao ter seu passado nazista revelado, é forçado a se demitir do tribunal e se contentar com um emprego em uma companhia de seguros – falar da obra mais valiosa que possui e que será a grande herança do filho: um quadro no qual uma menina contempla uma lagartixa. Após a morte do pai, ele começa a investigar a origem do quadro até, finalmente, compreender a razão de tanto fascínio. LIVROS DUELO, de David Grossman (tradução de George Schlesinger; Cia. das Letras; 136 páginas; 32 reais) [A|B#] Fontes: Balneário Camboriú: Livrarias Catarinense; Belém: Laselva; Belo Horizonte: Laselva, Leitura; Betim: Leitura; Blumenau: Livrarias Catarinense; Brasília: Cultura, Fnac, Laselva, Leitura, Nobel, Saraiva, Siciliano; Campinas: Cultura, Fnac, Laselva, Siciliano; Campo Grande: Leitura; Caxias do Sul: Siciliano; Curitiba: Fnac, Laselva, Livrarias Curitiba, Saraiva, Siciliano; Florianópolis: Laselva, Livrarias Catarinense, Siciliano; Fortaleza: Laselva, Siciliano; Foz do Iguaçu: Laselva; Goiânia: Leitura, Saraiva, Siciliano; Governador Valadares: Leitura; Ipatinga: Leitura; João Pessoa: Siciliano; Joinville: Livrarias Curitiba; Juiz de Fora: Leitura; Jundiaí: Siciliano; Londrina: Livrarias Porto; Maceió: Laselva; Mogi das Cruzes: Siciliano; Mossoró: Siciliano; Natal: Siciliano; Navegantes: Laselva; Niterói: Siciliano; Petrópolis: Nobel; Piracicaba: Nobel; Porto Alegre: Cultura, Fnac, Livrarias Porto, Saraiva, Siciliano; Recife: Cultura, Laselva, Saraiva; Ribeirão Preto: Paraler, Siciliano; Rio Claro: Siciliano; Rio de Janeiro: Argumento, Fnac, Laselva, Saraiva, Siciliano, Travessa; Salvador: Saraiva, Siciliano; Santa Bárbara d’Oeste: Nobel; Santo André: Siciliano; Santos: Siciliano; São José dos Campos: Siciliano; São Paulo: Cultura, Fnac, Laselva, Livrarias Curitiba, Livraria da Vila, Martins Fontes, Nobel, Saraiva, Siciliano; São Vicente: Siciliano; Sorocaba: Siciliano; Uberlândia: Siciliano; Vila Velha: Siciliano; Vitória: Laselva, Leitura, Siciliano; internet: Cultura, Fnac, Laselva, Leitura, Nobel, Saraiva, Siciliano, Submarino. Divulgação DVD
A estreia de Dudamel com a Filarmônica de Los Angeles:
um grande talento
• Em outubro de 2009, o venezuelano Gustavo Dudamel, então com 28 anos, assumiu a direção artística da Filarmônica de Los Angeles. O concerto de estreia sai agora em um DVD que evidencia as qualidades de Dudamel, o maior talento da regência surgido nas últimas décadas. Ele é carismático, sabe extrair o melhor das orquestras que comanda e não tem medo de repertórios complicados. O desafio de sua noite inaugural foi City Noir, peça do compositor americano John Adams. Uma homenagem aos filmes policiais da década de 40, a obra tem momentos jazzísticos, com solos de trombone e saxofone, que o venezuelano conduz com desenvoltura. Na segunda parte do concerto, a filarmônica interpreta a Primeira Sinfonia, de Gustav Mahler. Como as composições do austríaco fazem parte do repertório habitual das orquestras venezuelanas, Dudamel sente-se em casa. Ele diminui os tempos para acentuar a dramaticidade da peça e faz um agrado à plateia ao pedir que o naipe de trompas se levante nos momentos finais da obra (uma exigência do próprio Mahler, à qual, entretanto, alguns maestros não
obedecem).Divulgação DVD
O uruguaio Gigante: a paixão secreta de um segurança
• Jara (o excelente Horacio Camandule) é um sujeito enorme que, apropriadamente, trabalha durante a semana como segurança de um supermercado e, aos sábados, faz bico como leão de chácara de uma boate de Montevidéu. Sua timidez, contudo, é proporcional ao seu tamanho. Jara tem apenas colegas, não amigos, e pela sua falta de coragem em se aproximar de Julia (Leonor Svarcas), a faxineira que ele observa pelos monitores de sua sala de controle e por quem se apaixona, é provável que nunca tenha tido uma namorada. Mas o fascínio de Julia é, para ele, irresistível: Jara passa a segui-la a distância, a deixar-lhe pequenos presentes e a protegê-la. Antes que possa se dar conta disso, o espectador está enredado em expectativa – Jara vai ou não abordar Julia, e seria sua paixão afinal saudável ou patológica? Que o diretor Adrián Biniez tire tanto suspense e emoção verdadeiros dessa história quase sem diálogos, encenada com uma austeridade escandinava, é uma demonstração bem-vinda de que o pouco conhecido cinema uruguaio, embora não dos mais prolíficos, é um dos mais instigantes que se fazem hoje no continente.Barry Z Levine/Getty Images DISCO
Hendrix: um lançamento póstumo que merece audiçãoDivulgação LIVRO
Grossman: narrativa juvenil de ritmo fascinante
• Um dos grandes nomes da literatura de Israel – ao lado de A.B. Yehoshua e Amós Oz –, David Grossman, de 56 anos, costuma conduzir seus romances naquele terreno incerto entre a fantasia e a realidade, com personagens que escrevem histórias dentro da história (em Ver: AmoR, por exemplo, o protagonista é um escritor fictício que escreve uma ficção baseada na vida
de outro escritor – este real –, o polonês Bruno Schultz). Duelo é uma narrativa mais simples, voltada para o público juvenil. Ainda assim, vai acumulando versões disparatadas dos mesmos fatos, em um ritmo fascinante. A história é contada da perspectiva de David, um menino de 12 anos que se envolve na violenta disputa entre dois homens, um deles seu amigo. Na idade adulta, ele tenta reconstituir o duelo de pistolas entre os dois adversários e, mais difícil, busca entender o que motivou o enfrentamento.Clique aqui para acessar a lista estendida de livros mais vendidos
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