Saturday, June 19, 2010

VEJA Recomenda e Os mais vendidos


DISCOS

THIS IS HAPPENING, LCD Soundsystem (EMI)

Divulgação
DISCO
James Murphy, do LCD Soundsystem: despedida gloriosa

• Em Hey Hey Ma Ma, uma de suas mais famosas composições, o canadense Neil Young pregava que era melhor "queimar do que esvanecer". Embora nunca tenha se declarado fã de Young, o americano James Murphy seguiu esse conselho na condução de seu grupo, o LCD Soundsystem. Este é o terceiro e último disco do LCD – depois, Murphy partirá para outros projetos. É uma bela despedida. Surgida em 2002, a banda buscou uma mistura original para compor sua sonoridade: música eletrônica e rock alternativo, temperados pela influência da parceria entre Brian Eno e David Bowie nos anos 70. O toque pessoal está nas letras do músico e produtor, que falam tanto de baladas – ele é um farrista notório – quanto da angústia de sua geração, que está ultrapassando a juventude (Murphy acaba de chegar aos 40). Podem-se perceber essas atitudes distintas no primeiro single, Drunk Girls, sobre personagens da noite de uma cidade qualquer, e em I Can Change, uma derramada canção de amor. Murphy ainda reverencia Bowie e Eno no rock All I Want e revela ironia em You Wanted a Hit, sobre sua incapacidade de produzir uma canção de sucesso.

LAS VÊNUS RESORT PALACE HOTEL, Cibelle (ST2)

Divulgação
DISCO
Cibelle: juntando o melhor de dois mundos

• Cantora paulistana radicada em Londres, Cibelle reflete o que há de mais interessante nesses dois mundos. Tem a bossa e o balanço brasileiros, além de um sotaque gostoso quando interpreta letras em inglês. E tem a chance de trabalhar com bons produtores europeus de música eletrônica. Neste seu terceiro disco ela assume um alter ego, Sonja Khalecallon, e apresenta canções que vão do trip hop ao rock, do pop com cores brasileiras a um tema que parece saído do teatro musical. Por vezes, pode soar um tanto kitsch. Mas Cibelle – perdão, Sonja – canta com tanto charme e delicadeza que é praticamente impossível não se maravilhar com baladas como Sad Piano, ou com as releituras de Underneath the Mango Tree (de um dos filmes de James Bond) e It’s Not Easy Being Green (do infantil Muppet Show). Mas é em Escute Bem e Sapato Azul, ambas cantadas em português, que ela mostra a que veio. Ali, acompanhada por nomes importantes de sua geração como o guitarrista Fernando Catatau, o baterista Pupilo e o produtor Apollo Nove, Cibelle mostra uma voz afinada, que vai além das brincadeiras juvenis.

DVD

TESTEMUNHAS DE UMA GUERRA (Triage, Irlanda/Espanha, 2009. Flashstar)

Everett Collection/Grupo Keystone
DVD
Testemunhas de uma Guerra: as coisas tenebrosas que se passam em um conflito

• Há oito anos, o diretor bósnio Danis Tanovic causou sensação com seu filme de estreia: Terra de Ninguém, em que usava sua experiência como documentarista na Guerra da Bósnia em uma história mordaz sobre um soldado bósnio e um sérvio obrigados a dividir uma mesma trincheira na "terra de ninguém", a zona entre as duas frentes inimigas. Depois de fazer um belo drama familiar, Inferno, o cineasta retorna agora ao tema. Colin Farrell é Mark, um repórter que, em 1988, vai ao Curdistão fotografar os choques entre curdos e iraquianos e registrar o trabalho de um médico que tenta atender os feridos e, quando não é possível salvá-los, os executa. David (Jamie Sives), o colega de Mark, não suporta mais esses horrores. Quer voltar para a Irlanda e para a mulher grávida. Em dado momento, os dois se separam. Mark é ferido, retorna para casa, e diz não estar preocupado com o sumiço do amigo – logo ele vai reaparecer, explica. Não é verdade. Embora inferior aos trabalhos anteriores de Tanovic, Testemunhas oferece algo incomum: uma visão crua, quase casual, e sem diluição das coisas tenebrosas que podem se passar com os homens durante uma guerra.

LIVROS

ESTRANHA PRESENÇA, de Sarah Waters (tradução de Ana Luiza Dantas Borges; Record; 448 páginas; 57,90 reais)

• Ambientado no fim dos anos 40, quando a Inglaterra vivia as duras restrições econômicas do pós-guerra, Estranha Presença, da inglesa Sarah Waters, combina a crônica realista de conflitos de classe com os elementos mais sinistros da literatura gótica. O narrador da história é o doutor Faraday, médico de origem humilde que tenta se estabelecer como clínico geral na sua cidade natal. Ele pensa ter encontrado sua chance de ascensão social quando é chamado a Hundreds Mill, a mansão da família Ayres, que, apesar de estar se aproximando da insolvência, ainda se mantém como o clã mais rico e poderoso da região. A doente que precisa de seus serviços é a empregada adolescente que faz, sozinha, todo o serviço da casa – mas Faraday aproveita a oportunidade para criar laços com a senhora Ayres, rígida matriarca, e seu casal de filhos um tanto problemáticos. É pelos olhos céticos de Faraday que o leitor vai tomando conhecimento da "estranha presença" de que fala o título – um fantasma que parece a emanação malévola dos ressentimentos de classe daquela casa decadente.


A GUIMBA, de Will Self (tradução de Cássio de Arantes Leite; Alfaguara; 336 páginas; 48,90 reais)

Guillen Lopez/Camera Press/Other Images
LIVRO
Will Self: sátira inspirada em Joseph Conrad

• De férias em um país tropical indeterminado, o americano Tom Brodzinski relaxa na varanda de seu quarto de hotel, fumando aquele que será (assim ele promete a si mesmo) seu último cigarro. Ele joga fora a guimba acesa – e ela vai aterrissar, abaixo, na careca de outro americano. Deveria ser um acidente banal, mas Brodzinski infringiu as draconianas normas antitabagistas do lugar. Para reparar seu erro, ele deverá adentrar o inóspito interior do país, na companhia de outro americano acusado de um crime provavelmente mais grave (Brodzinski suspeita que ele é um pedófilo). Esse entrecho absurdo é pontuado de referências à Guerra do Iraque e de alusões aCoração das Trevas, clássico de Joseph Conrad sobre o pesadelo colonialista na África. Autor deGrandes Símios e de Como Vivem os Mortos, Will Self tende a pesar a mão nos elementos mais caricaturais da narrativa, o que resulta em uma prosa algo grosseira. Mas ele é sem dúvida um dos mais vitriólicos satiristas da literatura contemporânea, como o leitor de A Guimba poderá comprovar.

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