Veja Carta ao Leitor
Uma reportagem desta edição de VEJA mostra que, no entanto, Marina poderá ser mais do que a miss simpatia das eleições caso seus apoiadores migrem em massa para o lado de Serra ou para o de Dilma em um muito provável segundo turno. Isso nunca ocorreu na democracia brasileira. Nos segundos turnos, os eleitores do terceiro colocado tenderam a distribuir seus votos entre os líderes de uma maneira equilibrada e sem impacto no resultado final da disputa nas urnas. Ocorre que a atual eleição, a começar pelo empate absoluto de intenções de voto em pleno mês de junho, tem uma dinâmica surpreendente – e uma surpresa costuma atrair mais surpresas. A cobertura eleitoral de VEJA se intensifica a partir desta edição, com a publicação da entrevista de Dilma Rousseff nas Páginas Amarelas. Na próxima semana, será a vez de José Serra ocupar aquele espaço nobre, seguido de Marina Silva. Pela história e perfil dos candidatos envolvidos, pelo momento econômico exuberante e pela maturidade institucional e política do Brasil, o jogo eleitoral deste ano deve oferecer lances de alta qualidade, com real repercussão sobre o futuro de todos. Portanto, se os corações brasileiros vão estar sintonizados na Copa do Mundo nas próximas semanas, as mentes têm razão de sobra para acompanhar com atenção desde já a campanha presidencial de 2010.Corações e mentes
Montagem sobre fotos Pedro Rubens/Paulo Vitale e AE Serra, Dilma e Marina
A história de cada um e o bom momento do país apontam para uma campanha de alto nível
Com a realização das convenções partidárias, foi dada a largada oficial para a disputa da Presidência do Brasil, ocupada nos últimos sete anos e meio por Luiz Inácio Lula da Silva. Os favoritos, José Serra, do PSDB, e Dilma Rousseff, do PT, aparecem nas pesquisas de intenção de voto tecnicamente empatados. Marina Silva, a carismática senadora do Partido Verde, pontua estavelmente bem nas pesquisas, mas, a despeito de uma plataforma atraente, não tem potencial para chegar a ameaçar os ponteiros.