Saturday, June 05, 2010

UM PROJETO POSSÍVEL


Em fórum da revista EXAME, os dois líderes na campanha presidencial e
economistas falam do caminho para o Brasil tornar-se a quinta potência mundial


Fotos Claudio Gatti
"Entre os (países) emergentes, somos o mais democrático. Precisamos garantir que isso se amplie e se aprofunde."
DILMA ROUSSEFF, candidata do PT à Presidência


Raras vezes a economia brasileira teve destaque tão positivo no cenário internacional como agora. O prestígio justifica-se pelas estatísticas, que colocam o país entre os mais dinâmicos da atualidade. Segundo um estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers, o despertar no ritmo de crescimento do PIB fará do país a quinta maior economia do globo dentro de quinze anos. Para debater o caminho do Brasil na direção de se tornar uma das grandes potências econômicas mundiais, a revista EXAME, da Editora Abril, que também publica VEJA, reuniu grandes nomes do campo econômico e político no fórum "Brasil - A construção da 5ª maior economia do mundo", realizado na última segunda-feira, 31 de maio, em São Paulo. Participaram do evento os dois líderes na corrida pela Presidência da República, Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez um balanço do estado atual da economia brasileira e sua força em relação à dos demais países.

"É preciso qualidade de gestão. E esta é totalmente contraditória ao loteamento político."
JOSÉ SERRA, candidato do PSDB à Presidência


No evento, foram avaliados os desafios que o Brasil terá pela frente e as possíveis soluções para mitigar as atuais deficiências. Os candidatos enfatizaram o compromisso de preservar a estabilidade econômica e deram pistas sobre quais serão suas prioridades, caso eleitos. Dilma enalteceu o desempenho do governo Lula e instou a iniciativa privada a investir mais. "Só o governo central não é suficiente para esse imenso processo de mobilização", afirmou. A petista destacou ainda a necessidade de ampliar as pesquisas em biotecnologia e nanotecnologia. "Do meu ponto de vista, essa é a trajetória mais sustentável da economia brasileira." Serra, por sua vez, criticou o baixo volume de investimentos governamentais, além do aumento dos gastos públicos e da carência de infraestrutura no país. "Com essa taxa de investimento e com a alta carga tributária, não temos nenhuma capacidade de crescer de maneira sustentada", disse. O tucano fez uma avaliação negativa da atual combinação de juros e câmbio. Por fim, repudiou o loteamento político do governo. "Para que o governo possa planejar, é preciso qualidade de gestão", acrescentou. Em nota lida pelo presidente executivo do Grupo Abril, Giancarlo Civita, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril e editor de VEJA, Roberto Civita, concluiu: "O Brasil vive um momento excepcional. O risco é nos deixarmos iludir pelas estatísticas e pela euforia. Inúmeros entraves ao crescimento estão até mais graves do que nos últimos anos".

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