Paulo Celso Pereira
papereira@abril.com.br
ELEIÇÕES
Fora do bunker
A campanha de Dilma Rousseff está de saída da casa do Lago Sul onde os neoaloprados preparavam dossiês para atingir José Serra. A coordenação da campanha garante que a decisão
de deixar o escritório montado por Luiz Lanzetta já vinha sendo pensada antes da erupção do escândalo. Mas só agora a mudança foi efetivamente sacramentada.
Dida Sampaio/AE | Gordura pré-eleitoral Apesar de Dilma Rousseff vir insistindo em focar seus discursos na exaltação dos feitos do governo Lula, o comando de sua campanha não vê como passar toda a eleição fugindo do debate de currículo proposto por José Serra. A questão já foi discutida em reuniões da coordenação. A conclusão foi a seguinte: como a derrota na comparação dos currículos é inevitável, devido à maior experiência executiva de José Serra, o importante é ter gordura para queimar. Portanto, a ordem é continuar empurrando com a barriga esse debate para garantir que, quando ele se tornar inadiável, Dilma já esteja segura na liderança. |
Afasta de mim Campanha de Dilma Rousseff considera debate de currículo inevitável |
Uma cadeira, dois pretendentes
Tanto Antonio Palocci quanto Fernando Pimentel ambicionam a Casa Civil de um eventual governo Dilma Rousseff.
PT
Mestre Delúbio
No pé dos artigos semanais que o notório Delúbio Soares assina no jornal Diário da Manhã, de Goiás, está assinalado: "Delúbio Soares é professor". Não diz de quê. Mas o leitor sabe exatamente em que ele é mestre.
BRASIL
Petrobras, paixão por eleição
A Petrobras vem mostrando uma devoção particular pelos anos eleitorais. De acordo com o Controle da Concorrência, que monitora a publicidade nas cinco maiores emissoras do país, de janeiro a junho deste ano a estatal veiculou 3 862 anúncios. É mais que o dobro do contratado no mesmo período de 2009, quando foram ao ar 1 649 inserções. Coincidência ou não, os comerciais da Petrobras na TV crescem em ano de eleição. Em 2006, o aumento foi de 11% em relação a 2005. Em 2008, de 25% sobre 2007.
Em busca do dinheiro
Após dezesseis anos, a Caixa vai finalmente levar ao TCU a cobrança de 157,7 milhões de reais do ex-gerente de uma de suas agências em Nova Iguaçu (RJ). O servidor Luiz
Fernando Guerra foi pego em uma gigantesca fraude em 1994, que envolvia a concessão de empréstimos, mas até hoje o banco não conseguiu recuperar um centavo sequer. Para se ter ideia do que representa, com esse dinheiro a Caixa poderia financiar a compra de 1 500 imóveis do Minha Casa, Minha Vida.
GOVERNO
Dida Sampaio/AE | A sucessão de Tuminha Com muita discrição, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, está procurando um substituto para Romeu Tuma Júnior na Secretaria Nacional de Justiça. Para que não se tenha de passar pelos mesmos sobressaltos causados por Tuma Júnior, definiu-se que o perfil ideal é de um técnico. Mas é grande a dificuldade para achar o nome. Pedro Abramovay, que foi secretário de Assuntos Legislativos do ministério até o mês passado, era pule de dez para o posto, mas Barreto desistiu de sua indicação, pois o governo já trabalha para torná-lo chefe do escritório da ONU para o Combate ao Crime e Drogas. . |
Torradinho Na volta das férias, outro estará no lugar de Tuminha |
Solução no gabinete
Barreto ainda tem uma semana antes de acabarem as férias de Tuminha, mas hoje a tendência é que a chefe de gabinete dele, Izaura Miranda, assuma o cargo interinamente. Ela já vem comandando a secretaria durante as férias do secretário. Assim que voltar a Brasília, Tuma Júnior terá de dar explicações à Comissão de Ética da Presidência, à sindicância aberta pelo próprio ministério, à Controladoria-Geral da União e à Polícia Federal.
CONGRESSO
Menos uma farra
A Mesa Diretora da Câmara deve baixar nas próximas semanas um ato para acabar com a farra dos deputados que pedem licença temporária e deixam seu gabinete trabalhando na campanha. Daqui em diante, quem se licenciar, independentemente do período, perderá todos os assessores. Semanas atrás Ciro Gomes já havia sido obrigado a afastar os funcionários, mas sua licença era de um mês. Agora valerá mesmo para quem sair por poucos dias.
ECONOMIA
O shopping da Nicole Kidman
Depois de Paris Hilton, agora é a vez de Nicole Kidman chegar à propaganda brasileira. A atriz será a estrela do lançamento do Shopping VillageMall, que a Multiplan está erguendo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Com investimento estimado em 350 milhões de reais, o shopping de luxo tem inauguração prevista para 2012. Só na campanha publicitária, gravada na sexta-feira em Nashville, nos Estados Unidos, devem ser investidos 10 milhões de reais. No mercado estima-se que, desse valor, 1 milhão de dólares tenha ido para o bolso da atriz.
Marcha lenta para a Brasil Foods
Mauricio Lima/AFP |
Marcha lenta Secches e Furlan aguardam há um ano que o governo julgue fusão |
Nesta quinta-feira faz um ano que a Brasil Foods entregou à Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, a documentação sobre a compra da Sadia pela Perdigão. Quando o negócio foi anunciado por Luiz Fernando Furlan e Nildemar Secches, em maio do ano passado, a expectativa era que o Cade julgasse a fusão em seis meses. Um ano depois, o caso segue parado. Quando o relatório da Seae finalmente sair, a compra ainda terá de ser avaliada pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça para só então chegar ao Cade, que finalmente baterá o martelo sobre a negociação. É o que a Brasil Foods aguarda para concluir a integração entre as empresas.
TELEVISÃO
A nova sede da Record no Rio
Após desistir oficialmente da compra de dois prédios da antiga Manchete no Rio de Janeiro, a Record já procura alternativas para o projeto de expansão de seus domínios na cidade. A intenção é centralizar todos os seus setores, que hoje estão divididos. Além disso, a emissora pretende levar para o Rio alguns programas atualmente produzidos em São Paulo. Para pôr
a ideia em prática, é necessária uma área de 30 000 metros quadrados. Hoje, há três terrenos sendo sondados: na Gávea, em São Conrado e na Zona Portuária.
Rumo aos 1 000 templos Roberto Setton | Sem amarras Silas Malafaia deixou a vice-presidência da Convenção das Assembleias de Deus e pode expandir seus domínios livremente | O televangelista Silas Malafaia está sedento. Sua meta é implantar, nos próximos cinco anos, 1 000 templos pelo Brasil afora. Hoje, ele comanda 97 igrejas. O plano só será possível porque o pastor deixou, há duas semanas, a vice-presidência da Convenção-Geral das Assembleias de Deus no Brasil, que congrega 60% dos pastores da denominação. Malafaia saiu afirmando que a direção se tornara um "caso de polícia". Na semana passada, o tesoureiro fez o mesmo, dizendo haver "tremendas irregularidades". Se as acusações forem comprovadas, será um ganho duplo para Malafaia: ele ficará livre dos problemas e também das amarras que a organização impõe à criação de templos em áreas de outros pastores. |
Colaboraram Ricardo Brito e Thiago Prado