Saturday, May 15, 2010

VEJA Recomenda e Os mais vendidos


LIVRO

A HUMILHAÇÃO, de Philip Roth (tradução de Paulo Henriques Britto; Companhia das Letras; 104 páginas; 32 reais)

Douglas Healey/AP
LIVRO
Philip Roth: desmantelando ilusões de personagens e leitores

• Reputado por sua interpretação de papéis clássicos no teatro, Simon Axler de um dia para o outro perde toda a sua convicção no palco. Fracassa vergonhosamente em montagens de A Tempestade e Macbeth, peças de Shakespeare, e decide se aposentar. Ao esgotamento criativo, segue-se o inferno emocional: abandonado pela mulher, Axler começa a pensar em suicídio e acaba internado em uma clínica psiquiátrica. Depois de receber alta, redescobre a vontade de viver, graças a uma amante bem mais jovem que até então era homossexual. É um relacionamento desigual, fadado à infelicidade. Figura amarga, Axler é mais um dos retratos devastadores da velhice que Philip Roth, 77 anos – talvez o maior escritor americano vivo –, tem produzido em seus romances recentes. Em algumas passagens, a prosa do autor parece tão cansada quanto seu personagem, e não se encontra em A Humilhação a pungência clínica com que Homem Comum examina a degeneração física e a proximidade da morte. Ainda assim, é um livro poderoso, corajoso na forma como desmantela as ilusões do personagem – e também as do leitor.

DISCOS

WOMEN AND COUNTRY, Jakob Dylan (Sony Music)

EFE
DISCO
Jakob Dylan: o cantor abandonou o pop para seguir os passos do pai

• Durante anos, enquanto era integrante da banda Wallflowers, Jakob Dylan tratou de manter distância do estilo de seu pai, Bob Dylan, abraçando o pop em canções como One Headlight. Desde 2006 em carreira-solo, o cantor e compositor agora se aproxima de gêneros tipicamente americanos, como o country e o folk – no qual Bob deixou uma marca transformadora. Women and Country foi produzido pelo veterano T-Bone Burnett, ganhador do Oscar deste ano pela canção do filme Coração Louco. Burnett recrutou profissionais de respeito, como o guitarrista de jazz Marc Ribot e as cantoras Kelly Hogan e Nekko Case, artistas do country alternativo. O trabalho deve agradar tanto aos fãs mais ardorosos de Dylan pai quanto aos da nova geração folk. A voz roufenha de Jakob chega a lembrar os registros do papai na década de 70. O forte do CD, como anuncia o título, são canções country como Everybody’s Hurting (com belíssimos vocais de apoio de Nekko). Mas há também outros gêneros, do cabaré (Lend a Hand) a baladas ternas (Nothing But the Whole Wide World).

DVD

REDS (Estados Unidos, 1981. Paramount)

Everett Collection/Grupo Keystone
DVD
Diane Keaton e Beatty em Reds: a simpatia pelos bolcheviques
ficou datada, mas a levada épica continua a arrebatar

• Conhecido desde sua estreia, no início dos anos 60, até o fim da década seguinte como um dos mais belos galãs de Hollywood, Warren Beatty usou este seu segundo trabalho na direção (o primeiro fora o bobinho O Céu Pode Esperar) como uma cartada para mostrar a que viera. Segundo suas ambições, Reds deveria torná-lo um produtor-cineasta-roteirista de peso, respeitado pela ambição e também pelas ideias. Beatty ganhou o Oscar de diretor, mais três indicações (entre elas, a de melhor filme), mas, ainda assim, seu plano não correu conforme o esperado. A explicação está nas qualidades, e também nos defeitos, de Reds. O filme conta a história de John Reed (o próprio Beatty), jornalista americano que testemunhou a revolução comunista na Rússia, em 1917, e escreveu sobre ela um relato clássico, Os Dez Dias que Abalaram o Mundo. O encanto com os bolcheviques hoje soa ingênuo e presunçoso. Mas a levada épica com que é contado o romance entre Reed e a complicada Louise Bryant (Diane Keaton) ainda arrebata, assim como a beleza da produção, eximiamente fotografada pelo italiano Vittorio Storaro.

TELEVISÃO

OS PECADOS DO MEU PAI (Pecados de Mi Padre, Argentina/Colômbia, 2009. Quarta-feira, às 21h, no Discovery Channel)

• Em 1994, um ano após seu pai ser executado a tiros por forças de segurança na Colômbia, Juan Pablo Escobar mudou de nome e fugiu do país. "Se quero viver, tenho de fazer exatamente o oposto do que fez meu pai", diz ele em Buenos Aires, cidade onde vive atualmente, como arquiteto. Seu pai era o traficante Pablo Escobar (1949-1993), chefão do Cartel de Medellín, que chegou a controlar 80% do comércio mundial de cocaína nos anos 80. Os Pecados do Meu Paiapresenta os momentos mais emblemáticos da trajetória do superbandido a partir do depoimento de seu filho, que hoje atende pelo nome de Sebastián Marroquín. É a sua voz que conduz o documentário. Marroquín busca uma espécie de reparação pelos crimes do pai: na cena culminante do filme, ele pede perdão aos filhos de dois políticos assassinados a mando de Pablo Escobar nos anos 80. Imagens inéditas revelam o luxo em que a família vivia – o traficante gastava fortunas, por exemplo, em animais exóticos para seu zoológico particular. Os Pecados do Meu Pai também está em cartaz nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília.

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