Saturday, May 29, 2010

Radar



Paulo Celso Pereira
papereira@abril.com.br

JUSTIÇA

Batata quente no STJ
Chegou ao STJ o inquérito da Polícia Federal que investiga se houve tráfico de influência na milionária compra da Gamecorp, a empresa de Fábio Luís, filho de Lula, pela Telemar (hoje Oi), em 2005. Por que foi para lá? Porque ninguém na primeira instância quer ficar com a batata quente. A apuração começou em junho de 2007 no Rio de Janeiro, mas a Justiça Federal do estado remeteu-a para São Paulo, onde fica a sede da Gamecorp. A Justiça paulista, porém, discordou da decisão e em novembro de 2008 devolveu o processo para o Rio. Em agosto do ano passado, os cariocas quiseram novamente se livrar do problema e devolveram os autos para São Paulo. Desta vez, para acabar com a ponte aérea, a Justiça paulista enviou a investigação ao STJ, a instância responsável por resolver esse tipo de impasse. O caso está nas mãos do ministro Jorge Mussi.

ELEIÇÕES

PTB fora da guerra na TV
Roberto Jefferson conseguiu uma forma de colocar José Serra no programa do PTB sem correr o risco de o TSE cassar a propaganda do partido em 2011. Jefferson pedirá ao marqueteiro tucano Luiz Gonzalez que use apenas imagens da convenção do partido. A cerimônia que sacramentará oficialmente o apoio a Serra será realizada cinco dias antes de o programa ir ao ar. Esse formato já foi utilizado pelo PTB em 2002 com sucesso.

Pio Figueiroa/Valor/Folha Imagem
Ministro Meirelles
Não deu para Henrique Meirelles ser vice na chapa de Dilma Rousseff, como Lula e ele próprio queriam. Beleza. Mas Meirelles agora trabalha com toda
a discrição possível para ser ministro da Fazenda num eventual governo Dilma Rousseff. Ou ministro do Planejamento, em um ministério com mais atribuições que o atual. Meirelles tem tudo para levar o que deseja.
Guarda-chuva
Meirelles não conseguiu a vice,
mas luta por ministério

GOVERNO

Um bilhão e meio à deriva
O TCU descobriu que o Banco do Nordeste deixou de cobrar nada menos que
1,5 bilhão de reais de empréstimos concedidos com recursos de um fundo de fomento do Nordeste. Cerca de 29 000 clientes teriam se beneficiado da negligência. Há casos de empréstimos contraídos faz mais de dez anos e que não foram cobrados uma vez sequer.

MENSALÃO

Rodrigo Clemente/Pagos
Nas asas de Valério
O Ministério Público Federal conseguiu novos e fortes indícios de que Marcos Valério corrompeu o procurador da Fazenda Nacional Glênio Sabbad para ajudar empresas do esquema do mensalão a se livrar de dívidas. O MPF já sabia que contas bancárias de companhias e familiares de Glênio haviam sido abastecidas com 1,5 milhão de reais do valerioduto. Agora, o MP descobriu que a SMP&B, de Valério, bancou cerca de sessenta passagens aéreas e hospedagem para o procurador ir encontrar-se com o carequinha em Belo Horizonte, São Paulo e Brasília. Muitas vezes, as reuniões aconteciam no período em que Glênio deveria estar dando expediente na Fazenda Nacional.
O corruptor
MP descobriu que Valério dava passagens aéreas a procurador

ECONOMIA

Liderança inabalável na publicidade
O ano de 2009 começou para as Casas Bahia com a tensão da grave crise internacional e terminou com a truncada fusão com o Pão de Açúcar. Mas nada disso tirou da empresa a liderança no ran-king de maiores anunciantes do país que será divulgado nos próximos dias peloMeio & Mensagem e Ibope Monitor. A rede varejista gastou 1,18 bilhão de reais em anúncios no ano, apenas 2% a menos que o investido em 2008. É mais que a soma do que despenderam a segunda e a terceira colocadas do ranking, Unilever e AmBev, respectivamente.

Nike na corrida
A febre das corridas no Brasil atiçou a Nike. O gigante americano estima que, até o primeiro semestre do próximo ano, pode dobrar seu faturamento vendendo equipamento a corredores.

ESPORTE

Sem patrocínio
A pouco mais de um ano da realização no Rio de Janeiro de sua quinta edição, os Jogos Mundiais Militares ainda não têm um patrocinador sequer. Os organizadores do maior evento esportivo militar mundial juram que não estão preocupados. Mas deveriam estar – tanto eles quanto os contribuintes. O evento custará cerca de 1,1 bilhão de reais e receberá 6 000 atletas de 110 países. Sem o apoio de empresas, todas as despesas ficarão nas costas largas da União.

CULTURA

A insuperável marchinha

Oscar Cabral
Muito se falou do Rebolation, mas, entra ano, sai ano, a febre do Carnaval são mesmo as marchinhas. Levantamento realizado pelo Ecad mostra que, das vinte músicas mais tocadas em fevereiro nas casas de festas e eventos de rua país afora, dezoito eram do gênero. As duas exceções são o frevo Vassourinhas,na 14ª posição, e, aí sim, o intragávelRebolation, em vigésimo. O pódio ficou para Mamãe Eu Quero, Cabeleira do Zezé e Me Dá um Dinheiro Aí. Entre os compositores, os cariocas João Roberto Kelly, Braguinha e Lamartine Babo foram os mais tocados.
Balancê
O Carnaval ainda se faz com Braguinha e as marchinhas

Pelos bens de Collor

Anderson Schneider
Ex-primeira-dama
Rosane muda estratégia para conseguir parte dos imóveis
de Collor


Rosane Collor já dá como quase certa a derrota no julgamento do processo de partilha de bens contra Fernando Collor, previsto para junho. Mas se engana quem pensa que ela desistirá de brigar na Justiça pelo patrimônio do ex-marido. O que vai mudar é a estratégia. Seu novo advogado pretende entrar com outra ação alegando que a ex-primeira-dama colaborou para a projeção política de Collor. Em vez de pleitear a divisão total dos bens, como Rosane faz desde a separação, em 2005, pedirá uma cota de participação nas Organizações Arnon de Mello, que é legalmente a dona da maioria dos imóveis de Collor. A defesa de Rosane também está convencida de que é preciso tirar o caso da Justiça de Alagoas, onde o ex-presidente tem grande influência, e levá-lo para Brasília.


Colaboraram Ricardo Brito e Thiago Prado

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