Saturday, April 17, 2010

Veja Recomenda e Os mais vendidos

VEJA Recomenda

DISCOS


JATP LAUSANNE 1953,
Oscar Peterson & Ella Fitzgerald (Biscoito Fino)

Getty Images
DISCO
Oscar Peterson e Ella Fitzgerald: show memorável com o dream team do jazz


• Em 1944, o produtor americano Norman Granz criou um evento chamado Jazz at Philharmonic. A série reuniu alguns dos maiores nomes do gênero, para shows especiais em que tocavam músicas próprias, reinventavam standards – e, como é próprio do gênero, improvisavam à farta. O JATP, como ficaria conhecido, começou no auditório da Filarmônica de Los Angeles, estendeu-se para outras cidades americanas e mais tarde teve edições na Europa. Esta apresentação foi gravada na Suíça, em 1953, e traz a cantora Ella Fitzgerald e o pianista Oscar Peterson escudados por um dream team no qual se destacam o guitarrista Barney Kessel, o baixista Ray Brown e o saxofonista Lester Young. No repertório, Ella está quase sempre em terreno seguro:It’s Only a Paper Moon, de Harold Arlen, e Lady Be Good, de George e Ira Gershwin, já faziam parte de seus shows. Em compensação, Why Don’t You Do Right, na voz de Ella, está aquém da versão de Peggy Lee, autora da canção. É Peterson quem se mostra mais inspirado, como se pode notar na versão instrumental de The Man I Love, outra canção dos irmãos Gershwin, e nos solos de Oscar’s Tune, faixa de sua autoria.


SEM DESTINO
, Luiz Tatit (Dabliú)

Gal Oppido
DISCO
Luiz Tatit: na vanguarda do canto falado


• O cantor e compositor Luiz Tatit foi um dos criadores do Rumo, grupo que esteve na linha de frente da vanguarda paulistana – movimento musical surgido no fim dos anos 70 que revelou, entre outros, os compositores Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Em 1997, Tatit iniciou sua carreira-solo, na qual manteve muitas das características dos tempos de Rumo. Tatit é adepto do canto falado, e suas letras são geralmente calcadas em cenas do cotidiano, observadas ora com graça, ora com pessimismo. Sem Destino, seu quinto CD, traz parcerias com Marcelo Jeneci, um dos talentos mais celebrados da nova geração (cujo trabalho, aliás, mostra influências claras dessa turma). Tatit musicou Quem Sabe, letra inédita de Itamar Assumpção, morto em 2003. Colaboradores recorrentes, como a cantora Ná Ozzetti e o arranjador Fabio Tagliaferri, contribuem para a beleza do disco. Ná é a intérprete de De Favor e Relembrando Nazareth, cuja letra foi construída com títulos de 35 peças de Ernesto Nazareth (a música é do compositor pernambucano Capiba), e Tagliaferri é responsável pelos arranjos de cordas de Almas Gêmeas,um dos pontos altos do CD.

EXPOSIÇÃO

MAX ERNST – UMA SEMANA DE BONDADE (em cartaz a partir de sexta-feira no Masp, em São Paulo)

Divulgação
EXPOSIÇÃO
Max Ernst: colagens para escandalizar a burguesia


• Entre os expoentes do surrealismo, o alemão Max Ernst (1891-1976) foi quem abraçou com maior convicção o barulhento propósito de fazer da arte um meio de escandalizar a moral burguesa de seu tempo. Ernst se valeu da poesia, do cinema (colaborou com o diretor espanhol Luis Buñuel) e da pintura – é autor de telas provocadoras como O Elefante de Célèbe (1921), em que imagens desse animal e de um aspirador de pó se fundem. Mas foi por meio de outra técnica – a colagem – que encontrou sua expressão máxima. Os 184 trabalhos da série Uma Semana de Bondade são o melhor exemplo disso. Produzidos em 1933, eles compõem uma visão surrealista da criação do mundo. Marcado pelos horrores da I Guerra (na qual lutou no lado alemão) e pela escalada totalitarista na Europa (Hitler então já mostrava suas garras), Ernst criou cenas de pesadelo – como mulheres sendo torturadas por figuras com cara de leão ou um cavalheiro com asas de morcego beijando uma donzela. Feitas com a superposição de recortes de folhetins do século XIX, as colagens originais pertenciam a um colecionador particular e só em 2008, após décadas longe dos olhos do público, voltaram a ser expostas.

DVD

ANDANDO SOBRE AS ÁGUAS (Walk on Water, Israel/Suécia, 2004. Europa)

Everett Collection/Grupo Keystone
DVD
Andando sobre as Águas: um bem urdido encontro entre os netos
de um criminoso nazista e um agente do serviço secreto israelense

• Eyal, um agente do serviço secreto israelense, recebe a missão de posar de guia turístico e assim espionar Pia (Caroline Peters), uma alemã, neta de um criminoso nazista, que se mudou para uma fazenda coletiva em Israel, e também seu irmão Axel (Knut Berger), que está indo visitá-la. O objetivo é descobrir o paradeiro do avô, que ao fim da II Guerra conseguiu fugir e se esconder. Nenhum dos irmãos, aparentemente, sabe que ele ainda vive; e ambos têm vergonha do passado da família. São dois jovens de bem, enfim, e um bocado idealistas. Ainda que a simpatia de Axel pela causa palestina e o fato de ele ser gay irritem Eyal, um homem de ação que enxerga o mundo em cores contrastantes de certo e errado, aos poucos o agente começa a titubear em suas certezas e a se repugnar com a violência da qual desde sempre se cercou. Não que o filme do diretor Eytan Fox soletre essas mudanças para o espectador: a força do seu trabalho está nas marchas e contramarchas da jornada de Eyal e na excelente interpretação de Lior Ashkenazi, um ator carismático, que sabe combinar com grande efeito a força e uma certa vulnerabilidade.

LIVROS

NOTURNOS, de Kazuo Ishiguro (tradução de Fernanda Abreu; Companhia das Letras; 210 páginas; 45 reais)

• Nascido no Japão e radicado na Inglaterra, Kazuo Ishiguro tornou-se uma celebridade literária em 1989, ao receber o Prêmio Booker pelo romance Os Resíduos do Dia (que deu origem a um bom filme,Vestígios do Dia, com Anthony Hopkins e Emma Thompson). Antes de fazer carreira com os livros, contudo, ele tentou a sorte como cantor folk. Desistiu da música ao constatar que suas apresentações em bares e até no metrô não o levavam a lugar algum (embora recentemente tenha voltado a atacar de letrista, em parceria com a cantora Stacey Kent). Em Noturnos, o escritor se debruça sobre as frustrações do universo musical. Os cinco contos falam de aspirantes ao estrelato, artistas decadentes e fãs. Aplicado seguidor das lições de Jane Austen, Ishiguro vale-se da ironia para diagnosticar o autoengano em que seus personagens vivem. Na história que dá título ao volume, um saxofonista em fim de linha é convencido pela ex-mulher a fazer uma plástica, como se um rosto bonito fosse salvar sua carreira.

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