Saturday, March 20, 2010

Radar



Lauro Jardim
ljardim@abril.com.br

Governo

Obrito News
Direitos humanos
Paulo Vanucchi: uma cama para a soneca do ministro, porque ninguém é de ferro

Uma cama no gabinete
O ministro Paulo Vanucchi lançou, no início do ano, um edital para comprar uma cama para o seu gabinete de trabalho. Com espuma de poliuretano, revestimento antiácaro, antifúngico e anti-alérgico, a cama precisa suportar o peso e a altura do "provável usuário", o ministro, lógico: altura entre 1,70 e 1,80 metro e peso entre 80 e 100 quilos. Segundo o edital, "a aquisição se justifica em virtude da carga de trabalho" do ministro. Beleza. Daqui a pouco, inventam o programa "Uma cama por gabinete", que acabará constando do novo plano nacional de direitos humanos...

Eleições 2010

União difícil
Dada a escassez de quadros no PV, Marina Silva foi questionada recentemente por um grande empresário sobre com quem governará, caso vença em outubro. Marina respondeu: "Além do PV, com o PT e com o PSDB".

A "presidenta" Dilma

JF Diorio/AE
Será que pega?
Dilma: em breve, será apresentada como candidata a "presidenta"


Soa mal aos ouvidos, mas pode ir se acostumando porque o martelo já está quase batido: na campanha, Dilma Rousseff será tratada como "presidenta" e não como "presidente" - e, se for eleita, assim será chamada oficialmente. A cúpula de campanha de Dilma avalia que a palavra no feminino reforça a ideia de uma mulher na Presidência. O PT submeteu o "presidenta" a uma pesquisa. Segundo se constatou, as pessoas estranham no início, mas depois aprovam. Dilma Rousseff também gostou da solução.

Congresso

O cabidão de Efraim
Efraim Morais, do DEM da Paraíba, ostenta hoje o título de o maior empregador do Senado: tem 76 funcionários. Conta com 58 servidores em seu gabinete em Brasília e com outros dezoito no escritório político que mantém em João Pessoa. Apenas nove dos seus funcionários pertencem ao quadro efetivo do Senado.

Bunker da oposição
Sem alarde, a oposição conquistou pela primeira vez no governo Lula o comando da Comissão Mista de Controle da Atividade de Inteligência. Trata-se do órgão responsável por fiscalizar o trabalho da Abin. Em pleno ano eleitoral, basta que a agência volte a fazer suas trapalhadas para que a comissão entre em ação.

Brasil

O DVD do Arruda
No início do mês, Flávia, mulher de José Roberto Arruda, fez um pedido ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto: um aparelho de DVD para o preso - àquela altura ainda governador. Barreto disse não. A cela de Arruda dispõe de frigobar, sofá e ar-condicionado, mas não tem tevê nem rádio.

Automóveis

1,4 bilhão de reais
A GM anuncia na segunda-feira um investimento de 1,4 bilhão de reais no Brasil. Vai ampliar duas de suas fábricas em São Paulo para poder produzir e lançar no país dois novos modelos de automóvel - de pequeno e médio porte.

Dez Ferraris em dois meses
No topo do mercado, a marcha também anda bastante acelerada. Em 2009, foram vendidas 21 Ferraris no Brasil. Neste ano, apenas nos dois primeiros meses, dez Ferraris zero ganharam as ruas brasileiras. Cada uma custa 1,3 milhão de reais. Com esse dinheiro, daria para comprar, por exemplo, 52 carros Ford Ka.

Mercado desconfiado
O IPO (oferta pública inicial de ações) do BTG Pactual está planejado para sair já no segundo trimestre. A turma de André Esteves espera levantar entre 2 bilhões e 3 bilhões de dólares. É uma aposta alta: o investidor olhou feio para os quatro IPOs feitos neste ano. Todos tiveram de se contentar com valores mais baixos do que os oferecidos ao mercado.

Apagão de mão de obra
Se vencer a concorrência para a construção da megausina hidrelétrica de Belo Monte, a Camargo Corrêa importará do Japão dekasseguis para trabalhar na obra. Motivo: falta mão de obra especializada no Brasil.

O Cade vai endurecer
A propósito da Camargo Corrêa, a tendência entre os conselheiros do Cade é determinar a venda dos ativos brasileiros da cimenteira portuguesa Cimpor, recém-comprada pela empreiteira e pela Votorantim. É tudo o que a Camargo e a Votorantim não querem que aconteça.

Sai fora, Leão
Os fabricantes de cervejas e refrigerantes adotaram em 2009 um sistema que possibilita à Receita Federal um controle fiscal rigoroso do que é produzido. Por meio dele, são enviadas ao Leão, em tempo real, informações das linhas de produção, o que permite o óbvio: o controle eletrônico dos valores de impostos a ser recolhidos. Parece simples, eficaz e interessante para todos os lados, certo? Deveria ser, mas 45 fabricantes de refrigerantes foram à Justiça para não ter de implantar o sistema. Perderam. E até agora estão à margem do controle da Receita.

A Estáter avança
Pércio de Souza, dono da Estáter, consultoria que nos últimos anos costurou os processos de fusão e aquisição do Pão de Açúcar e das Casas Bahia, da Aracruz e da VCP, entre outros, resolveu apostar na área de seguros. Desta vez, como controlador. Em 2009, a Estáter comprou uma participação na corretora Securitas, a segunda maior do setor entre as nacionais. Agora, ampliou sua fatia e tornou-se majoritária no negócio.

Lata "made in USA"
Com a demanda nas alturas, sumiram as latas de alumínio no mercado brasileiro. A AmBev resolveu o abacaxi de forma inusitada: em fevereiro, trouxe dos Estados Unidos um navio lotado de cima a baixo de latas de Skol. Todas vazias. Elas foram produzidas numa das quatro fábricas de latas e tampinhas que a AB InBev (dona da AmBev) possui nos EUA.

Celulares

Validade ilimitada?
A data de validade dos cartões de recarga dos celulares pré-pagos está com os dias contados. Com base no que reza o Código de Defesa do Consumidor, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, considera ilegal a imposição por parte das operadoras, que cancelam os créditos do cliente quando expira a validade do cartão. Nos próximos dias, Barreto se reunirá com a Anatel para tratar do assunto.

Copa do Mundo

Camisa branca, nunca mais
Dia desses, a Nike foi a Ricardo Teixeira e lhe mostrou um novo modelo de camisa da seleção que queria lançar antes da Copa. Era branca. Teixeira descartou-a no ato: foi vestindo uma camisa branca que a seleção jogou a trágica final da Copa de 50, no Maracanã.

Cinema

India Today Group
Assediado
Cameron: vai ter de decidir entre a Amazônia venezuelana e a brasileira para servir de cenário para a sequência de Avatar

Avatar 2 na Amazônia?
Pode não dar em nada, mas o governador do Amazonas, Eduardo Braga, vai aproveitar um encontro que terá na sexta-feira que vem com James Cameron, em Manaus, para tentar convencê-lo a rodar na Amazônia brasileira a continuação do filme mais rentável da história. Cameron, sabe-se lá por quê, declarou que filmaria parte de Avatar 2 na Amazônia venezuelana. Braga quer persuadi-lo das vantagens comparativas de fazê-lo no Brasil.

Com Paulo Celso Pereira. Colaborou Ricardo Brito

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