Sunday, January 10, 2010

VEJA Recomenda e Os mais vendidos


DVDs

UM ANJO EM MINHA MESA
(An Angel at My Table, Nova Zelândia/Austrália/Inglaterra, 1990. Lume)

Everett Collection/Grupo Keystone
DVD
Um Anjo em Minha Mesa: o pesadelo de uma escritora tida como esquizofrênica - e não é mais um "filme de doença"


• Demasiado tímida e sujeita a depressões, na juventude a neozelandesa Janet Frame (1924-2004) foi erroneamente diagnosticada como esquizofrênica e passou extensos períodos internada em manicômios, levando eletrochoques (mais de duas centenas de sessões, segundo seus registros médicos). Janet quase sofreu também uma lobotomia - uma secção no córtex cerebral que, segundo as teorias hoje desacreditadas da antiga psiquiatria, era a melhor maneira de combater a doença. Só escapou dessa cirurgia mutiladora porque seu romance de estreia, o primeiro de uma série de escritos que publicaria, ganhou um prêmio importante e atraiu atenção para sua pessoa. Contada pela diretora Jane Campion (que no ano seguinte rodaria O Piano), a trajetória dramática da escritora não soa como manifesto nem vira filme de doença: transmite a sensação de uma vida que se desenrola, ora iluminada pelo espírito vigoroso daquela jovem ruiva (Kerry Fox, em belíssima interpretação), ora sombreada pelo estigma da doença mental e da sensação de que não se pertence ao mundo.

MONTY PYTHON: ALMOST THE TRUTH - THE LAWYER’S CUT
(Estados Unidos, 2009; ST2)

Everett Collection/Grupo Keystone
DVD
Cena de A Vida de Brian, do Monty Python: documentário sobre os bastidores do nonsense


• O humor anárquico e nonsense do sexteto inglês Monty Python influenciou os mais diversos sucessores, do americano Saturday Night Live ao brasileiro Casseta & Planeta, Urgente!. O grupo teve um programa de TV, de 1969 a 1974, e em seguida foi para as telas de cinema com obras-primas do humor como O Cálice Sagrado e A Vida de Brian. Este documentário traz a história do Monty Python contada por seus próprios integrantes (que não se reuniam desde 1983). Nos Estados Unidos, ele foi lançado numa caixa tripla, repleta de extras. No Brasil, o espectador tem de se contentar com a versão reduzida. Ainda assim, é um prazer rever trechos das principais produções do grupo - e descobrir seus bastidores. O filme revela, por exemplo, que o ator Graham Chapman atuou bêbado na maior parte de O Cálice Sagrado - filme no qual esteve hilário. E não há como não se emocionar (e rir) com o discurso de John Cleese no funeral de Chapman, morto de câncer em 1989: ao perceber que os amigos estavam a ponto de chorar, ele simplesmente parou de elogiar o colega para cobri-lo de imprecações.

BEETHOVEN: SYMPHONIES, Claudio Abbado e Filarmônica de Berlim
(Music Brokers)


• O regente italiano Claudio Abbado assumiu a direção artística da Filarmônica de Berlim em 1989, arejando o clima ditatorial imposto por seu antecessor, Herbert von Karajan. Pediu para ser chamado de "Claudio" - Karajan preferia herr direktor - e aceitou palpites dos músicos. Sem comprometer a excelência instituída por Karajan, Abbado mexeu na sonoridade da filarmônica, buscando interpretações mais delicadas, nas quais se percebiam os detalhes das partes de cada instrumento. Um dos momentos antológicos do período de Abbado em Berlim (encerrado em 2002) foi esta gravação das sinfonias de Beethoven. É fascinante assistir à Filarmônica de Berlim, famosa por seu Beethoven forte e tonitruante, der-reter-se nas mãos de Abbado. Na Terceira, naQuinta, na Sexta e na Sétima sinfonias, os DVDs oferecem ao espectador a opção de assistir ao concerto da perspectiva da orquestra, admirando os movimentos seguros do regente.

LIVRO

DESILUSÕES DE UM AMERICANO,
de Siri Hustvedt (tradução de Rubens Figueiredo; Companhia das Letras; 368 páginas; 49 reais)

Ulf Andersen/Getty Images
LIVRO
Siri Hustvedt: romance que incorpora as memórias do próprio pai


• A investigação do passado familiar é o motor da narrativa em Desilusões de um Americano: logo após a morte do pai, Lars, o psicanalista Erik Davidsen e sua irmã filósofa, Inga, descobrem que o falecido havia deixado um livro de memórias. Imigrante norueguês, Lars narrava sua difícil adaptação aos Estados Unidos, onde se estabeleceu como fazendeiro no estado de Minnesota, antes de se converter em professor de história. Em uma nota no fim do livro, Siri Hustvedt, de 54 anos, informa que esses trechos do romance foram retirados, com poucas adaptações, das memórias de seu próprio pai, Lloyd Hustvedt, morto em 2003. Há outras sombras autobiográficas nessa ficção: Inga é viúva de um escritor cult que se assemelha muito a Paul Auster, marido da própria Siri. Esses componentes pessoais imbricam-se à perfeição em uma narrativa que conjuga o drama familiar e a especulação intelectual - no meio de suas investigações sobre o pai, Inga e o irmão conversam a respeito de filosofia e das repercussões da neurociência atual sobre a concepção que as pessoas têm da própria identidade.

DISCO

ERIC CLAPTON
(Universal)

Elliott Landy/Corbis/Latinstock
DISCO
O jovem Eric Clapton: produção exemplar no primeiro disco-solo


• Em sua autobiografia, o guitarrista inglês Eric Clapton confessa que tomou tantas drogas nos anos 70 que mal se lembra da maioria dos trabalhos que lançou nesse período (e tem vergonha daqueles que consegue recordar). Eric Clapton, seu primeiro disco-solo, é uma das poucas exceções. Inclui After Midnight (do guitarrista J.J. Cale) e Blues Power, que se tornaram marca registrada de Clapton. Feito com a colaboração do cantor e compositor Delaney Bamlett, o álbum não padece daquela produção desleixada que é um defeito comum na discografia do guitarrista. O repertório é calcado não apenas no blues, mas no gospel e no funk. Eric Clapton tem ainda Let it Rain, uma das mais belas baladas compostas pelo guitarrista. A reedição especial que acaba de chegar às lojas traz o disco oficial, um disco extra com as mesmas músicas mixadas por Bamlett - algumas têm andamentos diferentes - e as canções Comin’ Home e Groupie (Superstar), que ele gravou ao lado do grupo Delaney Bonnie & Friends.

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