Tarso, o homem da “fricção federativa”
Leia o que vai abaixo, na Folha Online. Volto depois:
O ministro Tarso Genro (Justiça) evitou nesta terça-feira entrar em choque com o governador José Serra (PSDB) ao receber representantes de entidades sindicais para falar sobre a greve da Polícia Civil de São Paulo.
Segundo o ministro, só haverá interferência nas negociações para acabar com a greve, que já dura um mês, se o governador pedir sua ajuda. Do contrário, o ministro disse que haveria uma "fricção federativa" envolvendo a União, os Estados e os municípios. "Só se o governo do Estado pedir a nossa opinião, se não, evidentemente esse contato nosso não seria bem recebido pelo governo do Estado", afirmou Tarso, depois de se reunir com os policiais civis e sindicalistas em Brasília.
Ao ser questionado sobre o confronto entre policiais civis e militares, ocorrido na última quinta-feira (16), no bairro do Morumbi, próximo ao Palácio dos Bandeirantes --sede do governo do Estado--, Tarso disse que o governo não pode se manifestar sobre conflitos específicos.
"A União fica vedada de manifestar uma opinião sobre o conflito coletivo específico dos servidores porque isso poderia implicar em uma certa fricção federativa que não é boa para o Estado nem para a União", afirmou ele.
Na reunião, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), colocou os restos de munições, que trouxe do conflito, em cima da mesa do ministro e pediu que ele examinasse o material.
"Os representantes sindicais alegaram que houve uso de munição real e bala de borracha e nós dissemos que essa é uma questão que tem de ser examinada, não é uma questão de ser debatida na esfera federal", disse o ministro.
Durante a reunião, Paulinho, e os presidentes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique, e do Sindicato dos Investigadores dos Policiais Civis, João Batista Rebouças, pediram para que o ministro colaborasse com as negociações. Mas Tarso reafirmou que essa era uma questão local e que não poderia ter interferência federal.
Comento
Tai um assunto de que Tarso já demonstrou entender: fricção.
Ter recebido os ditos “sindicalistas” já é um abuso, um acinte. Deveria ser processado por crime de responsabilidade, sob a acusação de incitamento ao crime. Estes senhores que foram lá posar de cordeiros, incluindo o deputado Paulo Pereira da Silva, que pode ter o mandato cassado por conta de sua notória biografia, promoveram uma baderna armada nas ruas de São Pulo. Havia, sim, munição de verdade: dos grevistas.
Se era para dizer que nada pode fazer, Tarso recebeu a turma para quê? Para exercitar, uma vez mais, a sua retórica balofa. E, para uma vez mais, SILENCIAR DIANTE DO CRIME QUE FOI COMETIDO EM SÃO PAULO.
Tarso ajudar na segurança pública de São Paulo??? Só pode ser brincadeira, não? Por que ele não vai ajudar as 21 capitais brasileiras onde se mata mais do que na maior cidade do país? Por que ele não vai ajudar Recife, governada pelo PT, no Pernambuco do aliado Eduardo Campos, onde se mata, por cem mil habitantes, quase 10 vezes mais do que em São Paulo? Na verdade, por que Tarso não de cala?
Os petistas, claro, negam que estejam fazendo uso político da greve.
Tarso omite ainda em sua intervenção que o governo de São Paulo já fez uma contraproposta, que acabará elevando o menor salário pago a delegados de R$ 3.708 para R$ 5.203 em 2010 — 40,32% de reajuste. Mas atenção: só 0,4% — isto mesmo: menos de 0,5% — deles ganha o piso. Hoje, o salário médio da categoria é de R$ 7.085,85. Os dados são convenientemente omitidos. Estou tentando saber quantos delegados estão em que faixa de salário. A julgar pelo proselitismo que se faz, fica parecendo que todo delegado recebe, por mês, R$ 3.708. É mentira.
A nova proposta do governo prevê dois reajustes de 6,5% (em janeiro do próximo ano e em 2010), a promoção de 1.184 delegados e de 16.032 policiais civis e incorporação de gratificações. O custo total para o estado é de R$ 830 milhões — R$ 180 milhões a mais do que na proposta anterior.
A manutenção da greve é um acinte e evidencia, a cada dia, o seu caráter político.
O ministro Tarso Genro (Justiça) evitou nesta terça-feira entrar em choque com o governador José Serra (PSDB) ao receber representantes de entidades sindicais para falar sobre a greve da Polícia Civil de São Paulo.
Segundo o ministro, só haverá interferência nas negociações para acabar com a greve, que já dura um mês, se o governador pedir sua ajuda. Do contrário, o ministro disse que haveria uma "fricção federativa" envolvendo a União, os Estados e os municípios. "Só se o governo do Estado pedir a nossa opinião, se não, evidentemente esse contato nosso não seria bem recebido pelo governo do Estado", afirmou Tarso, depois de se reunir com os policiais civis e sindicalistas em Brasília.
Ao ser questionado sobre o confronto entre policiais civis e militares, ocorrido na última quinta-feira (16), no bairro do Morumbi, próximo ao Palácio dos Bandeirantes --sede do governo do Estado--, Tarso disse que o governo não pode se manifestar sobre conflitos específicos.
"A União fica vedada de manifestar uma opinião sobre o conflito coletivo específico dos servidores porque isso poderia implicar em uma certa fricção federativa que não é boa para o Estado nem para a União", afirmou ele.
Na reunião, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), colocou os restos de munições, que trouxe do conflito, em cima da mesa do ministro e pediu que ele examinasse o material.
"Os representantes sindicais alegaram que houve uso de munição real e bala de borracha e nós dissemos que essa é uma questão que tem de ser examinada, não é uma questão de ser debatida na esfera federal", disse o ministro.
Durante a reunião, Paulinho, e os presidentes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique, e do Sindicato dos Investigadores dos Policiais Civis, João Batista Rebouças, pediram para que o ministro colaborasse com as negociações. Mas Tarso reafirmou que essa era uma questão local e que não poderia ter interferência federal.
Comento
Tai um assunto de que Tarso já demonstrou entender: fricção.
Ter recebido os ditos “sindicalistas” já é um abuso, um acinte. Deveria ser processado por crime de responsabilidade, sob a acusação de incitamento ao crime. Estes senhores que foram lá posar de cordeiros, incluindo o deputado Paulo Pereira da Silva, que pode ter o mandato cassado por conta de sua notória biografia, promoveram uma baderna armada nas ruas de São Pulo. Havia, sim, munição de verdade: dos grevistas.
Se era para dizer que nada pode fazer, Tarso recebeu a turma para quê? Para exercitar, uma vez mais, a sua retórica balofa. E, para uma vez mais, SILENCIAR DIANTE DO CRIME QUE FOI COMETIDO EM SÃO PAULO.
Tarso ajudar na segurança pública de São Paulo??? Só pode ser brincadeira, não? Por que ele não vai ajudar as 21 capitais brasileiras onde se mata mais do que na maior cidade do país? Por que ele não vai ajudar Recife, governada pelo PT, no Pernambuco do aliado Eduardo Campos, onde se mata, por cem mil habitantes, quase 10 vezes mais do que em São Paulo? Na verdade, por que Tarso não de cala?
Os petistas, claro, negam que estejam fazendo uso político da greve.
Tarso omite ainda em sua intervenção que o governo de São Paulo já fez uma contraproposta, que acabará elevando o menor salário pago a delegados de R$ 3.708 para R$ 5.203 em 2010 — 40,32% de reajuste. Mas atenção: só 0,4% — isto mesmo: menos de 0,5% — deles ganha o piso. Hoje, o salário médio da categoria é de R$ 7.085,85. Os dados são convenientemente omitidos. Estou tentando saber quantos delegados estão em que faixa de salário. A julgar pelo proselitismo que se faz, fica parecendo que todo delegado recebe, por mês, R$ 3.708. É mentira.
A nova proposta do governo prevê dois reajustes de 6,5% (em janeiro do próximo ano e em 2010), a promoção de 1.184 delegados e de 16.032 policiais civis e incorporação de gratificações. O custo total para o estado é de R$ 830 milhões — R$ 180 milhões a mais do que na proposta anterior.
A manutenção da greve é um acinte e evidencia, a cada dia, o seu caráter político.