Friday, October 17, 2008

EM DEFESA DA POLÍCIA

São Paulo tem uma das melhores seguranças públicas do país — e isso quer dizer, também, uma das melhores polícias, apesar de tantos problemas. Eis mais uma razão para que os bons policiais, a larga maioria, não se deixe liderar por arruaceiros e bandidos disfarçados de agentes de lei.

São Paulo deveria ser a capital mais violenta no país, não? Afinal, é a maior cidade, onde os dramas sociais são mais intensos, onde os problemas gerados pela urbanização são mais agudos. No entanto, é uma das menos violentas. Entre as 27 capitais, a cidade está em 22º lugar no número de homicídios por cem mil habitantes. Os números são do governo federal, não do governo estadual. Isso mesmo: há 21 capitais onde se mata mais do que em São Paulo. Nas cidades brasileiras com mais de um milhão de habitantes, poucos sabem que Belo Horizonte, por exemplo, no quesito “assassinato”, só perde para Recife, muito à frente até do Rio de Janeiro, na 6ª posição.

Por que as coisas são assim se São Paulo, na tese do esquerdismo bocó — para quem a violência decorre dos problemas sociais —, deveria liderar o ranking? Porque:
a) a polícia é mais eficiente;
b) a polícia está menos contaminada pelo crime organizado;
c) porque São Paulo prende muito mais bandidos do que os outros estados;
d) porque se busca tornar a polícia disponível ao maior número possível de pessoas, o que levou a um aumento brutal de pessoal. Em alguns estados, há efetivos pequenos e mais bem-pagos — mas a população paga é o pato com a falta de policiais.

Não estou falando de chutes Estou falando de números. Já os publiquei aqui. Seguem de novo:

A taxa de homicídios na cidade e no estado de São Paulo vem caindo de forma continuada e sustentada desde 1999. “Qual será o segredo?”, perguntam-se os especialistas. Eu tenho uma explicação objetiva, material, aritmética:
- São Paulo tem 40% dos presos do país — não prende demais, não; os outros é que prendem de menos;
- Existem 227,63 presos por 100 mil habitantes no Brasil; em São Paulo essa relação salta para 341,98 por 100 mil habitantes;
- Em 2001, o estado de São Paulo tinha 67.649 presos; em 2006, eles eram 143.310 — mais do que o dobro.
- Entre 1996 e 2006 (ano do levantamento divulgado ontem), o número de presos aumentou 10 vezes;
- Até julho de 2006, haviam ingressado no sistema prisional do estado 4.832 pessoas — 800 por mês ou um preso por hora.Só eu tenho esses números. Não! São públicos. Todo mundo tem. Não é mesmo fantástico? Mais bandidos presos, mais pessoas vivas! Quem seria capaz de negar essa evidência? Pois acreditem: a esquerdopatia militante nega, sim! E fica encontrando falsos motivos e subterfúgios para explicar o espantoso sucesso da cidade e do estado

Tá vendo?
Alguém certamente diria se eu não me antecipasse: “Tá vendo? Essa polícia deveria ser mais bem-paga”. É verdade. E acho que esse é um objetivo a ser alcançado, sempre tendo em mente que qualquer reajuste para um policial civil significa o reajuste para 35 mil pessoas. Qualquer reajuste para a PM significa estendê-lo ao espantoso número de quase 150 mil homens. Só para vocês poderem comparar: sabem qual é o efetivo do Exército Brasileiro? 190 mil homens. Como vem, São Paulo, sozinho, tem o correspondente ao Exército de todo o Brasil.

Há policiais ganhando mais país afora? Há, embora haja muita conta perturbada e mentirosa circulando por aí. E isso não tem nada a ver com eficiência. “Ah, isso diz ainda mais do caráter abnegado dos policiais paulistas”. Reconheço. Mais um motivo para que a reputação da categoria não seja jogada no lixo por bandoleiros.

Que os bons profissionais não se deixem liderar por irresponsáveis que não respeitam a história de uma das polícias mais eficientes do país. E que aprendam a reconhecer nos políticos e no partido que estão manipulando a sua causa nada menos do que salafrários em busca de um cadáver para poder transformá-lo, depois, em voto. Há deputado insuflando policiais armados que deveria, na verdade, era ser algemado por esses mesmos policiais.

Defendendo a Polícia? Isso aqui é que é defender a Polícia. Quem pegou numa arma e promoveu ontem aquela bagunça é inimigo da instituição. Quem lhes deu suporte também. E todos são inimigos da democracia.

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