Menos, Jobim. Menos.por Ricardo Noblat
Assanhadinho, esse Jobim. Como ministro da Defesa, deveria se ater aos muitos problemas que tem. E não ignorar que levou um chega-pra-lá do Comandante do Exército por ter dito na semana passada que nenhum militar ousaria reagir ao lançamento pelo governo do livro sobre as vítimas da ditadura militar de 64. Pois o Comandante convocou a Brasília os 14 generais que fazem parte do Alto Comando do Exército e emitiu nota a respeito. É irrelevante que Jobim e Lula tenham tido conhecimento prévio dela. O conteúdo da nota é político. Pelos militares falam Lula e Jobim. Era o que se pensava. Pois agora Jobim faz uma visita de solidariedade a Renan Calheiros, no momento o político mais enlameado do país, e sai de lá defendendo que o Congresso apresse o julgamento de Renan. É o que deseja o próprio Renan, certo de que será absolvido. O coordenador político do governo atende pelo nome de Mares Guia. É ministro das Relações Institucionais. Por sinal havia dito outra dia o que Jobim agora repete. No passado, Jobim foi sócio do escritório de advocacia que defende Renan. Para que se expor a ilações maldosas? Como presidente do Supremo Tribunal Federal, Jobim procurou líderes políticos durante a crise do mensalão para pedir que fossem comedidos. Para aconselhar a que não pusessem em risco a governabilidade. Foi outro fora que deu. Ministro do Supremo não tem que se meter com política. Menos ainda com matéria política que poderá ficar sujeita mais tarde ao seu julgamento. Menos, Jobim. Menos. Para o seu próprio bem.