Friday, September 29, 2006

Notas de Reinaldo Azevedo sobre canalhice M T Bastos? PF/PT

Sexta-feira, Setembro 29, 2006

Petista pede ao TSE que censure as fotos

Vocês acreditam que o coordenador da campanha de Lula e vice-presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, entrou com um recurso do TSE para tentar retirar do ar as fotos da dinheirama? Os petistas estão, claro, com medo da repercussão na mídia impressa e eletrônica. Mas o que eles não querem mesmo, de jeito nenhum!, é ver as imagens no Jornal Nacional. O TSE andou dando maus exemplos, como foi o caso do direito de resposta concedido a Lula na Folha por causa de uma coluna do articulista Clóvis Rossi. Quando se confunde direito de opinião com campanha política, é fácil confundir direito à informação com proselitismo eleitoral. As fotos vazaram? A PF que abra procedimento interno para investigar. Mas tentar proibir? Os jornais dos EUA, não faz tempo, denunciaram a operação do serviço secreto que monitorava ligações feitas por americanos. É parte do pacote antiterror. Eu, aliás, defendo os procedimentos, deixo bem claro. Os dois: tanto o do governo, que tem a obrigação legal de proteger o país, quanto o da imprensa. Bush ficou furioso e tentou impedir a divulgação da notícia, Mas não conseguiu. E olhem que estava em causa matéria de segurança do Estado. No caso em questão, trata-se apenas da tentativa de proteger bandidos.

De terno e barba feita

Freud Godoy, o carrega-malas de Lula, acusado por Gedimar Passos de ater dado a ordem para a operação da compra do dossiê fajuto, está depondo. Chegou à PF de terno e barba feita. Perdeu aquele ar molambento que, dada as atividades a que se dedicava, lhe caía tão bem. Reparem como ele tem um ar, assim, um tanto abestado, típico de um falso sonso. Segundo a revista Veja, ele já fez as vezes de segurança de Delúbio Soares, quando este carregava malas — sempre elas — que a turma que vivia ao redor jurava recheadas de... dinheiro vivo — sempre ele. Aliás, se há algo que podemos dizer dos petistas é que eles não confiam em cheque...

A cassação de Mercadante

Eu não sei vocês. Mas já estou em campanha pela cassação do mandato do ainda senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Claro, claro, é preciso investigar se ele tinha conhecimento de que seu principal assessor, braço direito e, sobretudo, esquerdo, negociou um dossiê fajuto com a revista IstoÉ e, pior, levou uma mala recheada de grana até os bandidos petistas que esperavam no hotel. Vejam vocês: se o principal assessor de Mercadante não obedecia às suas ordens, então atendia a qual senhor? Será que existe uma Ordem Secreta no petismo que coordena estes seres malignos? Calma lá, senador.

Por enquanto, e só por enquanto, o “eu não sabia de nada” é uma licença concedida a Lula, que está alguns postos acima de Vossa Excelência na hierarquia da mistificação. Não basta demitir Lacerda — prática corriqueira no petismo: arrumar um bode expiatório. Se não era uma orientação sua, então era orientação de quem? A cascata de que o senhor não arriscaria o seu futuro é uma desculpa ex post (hoje baixou um Júlio César em mim...), que só faz sentido agora que todos sabemos que a operação deu com os bigodes n’água. Mas e se tivesse dado tudo certo? Ah, seu futuro poderia ser ainda mais brilhante. Não sei, não. Considere a hipótese de que Vossa Excelência está acabada. No petismo de São Paulo, nos setores próximos a Marta SuplIcy, há uma indiscreta euforia com a sua desgraça. Até agora eles não engoliram seus métodos de ganhar convenção. E olhe que são petistas também, dotados, o senhor sabe, de uma ética congênere.

Eu não sei se seus colegas de oposição, no Senado, vão pedir a sua cabeça. Sei que vou chamá-los de bananas se não pedirem, quando menos, a abertura de processo no Conselho de Ética. Se Vossa Excelência for inocente — e tenho o direito de não acreditar nisso —, não sai muito melhor na foto. Entra para a história como um traído bobalhão. E tem a obrigação de dizer a quem Lacerda obedecia. Se não o fizer, mantenho a minha militância em favor da sua cassação. Cá entre nós, Vossa Excelência está bem encalacrada.

"Tarse, Tarse, Tarse...Quem deus perdere vult, dementat prius...

Tarso Genro (Relações Institucionais) perdeu o senso de ridículo. Afirmou que a divulgação da imagem do dinheiro faz parte de uma conspiração envolvendo setores da Polícia Federal e do PSDB. E comparou o caso com o seqüestro do empresário Abílio Diniz, em 1989, quando os bandidos teriam sido forçados a vestir camisetas do PT. De manhã, Tarso queria fazer uma “concertação” com os tucanos. À tarde, ao sabor dos fatos, ele denuncia um golpe. Não sabe mais o que diz.

Se Tarso denuncia a existência de setores tucanos na PF, então é preciso admitir que há setores petistas nesta repartição pública. Imaginem um FBI dividido entre democratas e republicanos. Nunca antes Nestepaiz... De resto, os seqüestradores do empresário eram mesmo militantes de esquerda. Antigos membros do MIR chileno já admitiram a autoria da ação. E, não custa lembrar, ninguém forçou ninguém a vestir coisa nenhuma: os “aloprados” de então portavam mesmo material de campanha do PT.

Ainda que faltasse, em 1989, intimidade entre os seqüestrados e os petistas, elas se revelariam mais tarde. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi um incansável militante em defesa da condição de “presos políticos” para aqueles bandidos. Verdade ou mentira, Tarso? Não se esqueça, ministro. “Quem deus perdere vult, dementat prius”. A quem Deus quer perder, primeiro tira-lhe o juízo.

Data venia, Dr. Márcio...

Sobre o post abaixo — Com a devida vênia, a nota do Ministério da Justiça está em flagrante contradição com os fatos. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, concedeu mais de uma entrevista afirmando que as fotos não seriam divulgadas porque era essa a orientação geral dada à Polícia Federal. Cobrei aqui, logo no primeiro dia, as imagens do dinheiro, a exemplo do que se fazia em outros casos.

Foi Bastos quem afirmou que a PF não cairia no jogo eleitoral nem atenderia ao que chamou ritmo das campanhas. Logo, assumiu, de uma vez, as duas coisas: a proibição das imagens e a preocupação com o calendário eleitoral.

Que o conjunto dos eventos esteja ligado à eleição, eis uma evidência que dispensa contestação. Afinal, um grupo de bandidos se uniu para tentar golpear a vontade das urnas em São Paulo. Se a canalhice tivesse prosperado, o PT seria o maior beneficiário da mentira. Como não prosperou, não pode agora ser protegido dos seus próprios atos. Ou há de ganhar sempre, quando a lei triunfa e quando ela não triunfa também?

De tal sorte o ministro da Justiça se comprometeu com a proibição, que chegou a dizer que esta PF não faria como a do passado, quando a divulgação de imagens teria servido a objetivos eleitorais. Era uma referência oblíqua ao caso Lunus. Bastos, seguindo o modelo Lula, aproveitava para dizer que “nunca antes Nestepaiz houve uma PF tão isenta”.

O ministro da Justiça deveria, com a experiência que tem, controlar seus companheiros de Ministério. Tarso Genro (aquele mesmo que propôs um pacto com FHC hoje de manhã), já concedeu uma entrevista dizendo que a divulgação das imagens faz parte de um complô entre setores da PF e setores do PSDB. Ora, admitindo-se a hipótese, como ele quer, de haver uma PF tucana, há se admitir, também, a existência de uma PF petista.

Quem diria, não é, doutor Márcio, que o senhor integraria um governo que submeteria a tal vexame o Estado de Direito?!

Nota que acabo de receber do Ministério da Justiça

A assessoria do Ministério da Justiça acaba de me ligar e pede que se divulgue a seguinte nota:

Em relação à matéria publicada na Veja Online ‘Foto exibe a pilha de dinheiro dos petistas. Governo não queria que PF revelasse cena’, a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça informa que a decisão sobre procedimentos usados e forma de divulgação de operações do Departamento de Polícia Federal cabe à corporação, de acordo com a conveniência de suas investigações. Portanto, está incorreta a informação de que teria havido qualquer influência do Ministério da Justiça no processo de divulgação das ações relacionadas à Operação Sanguessuga, conforme foi informado à redação de O Estado de S. Paulo, já no último dia 16, e reiterado seguidas vezes. A orientação do ministro Márcio Thomaz Bastos para a PF é geral, vale para qualquer operação: atuação impessoal, sem perseguir e sem proteger. Solicitamos, portanto, que sejam corrigidas as informações equivocadas da matéria "Fotos mostram dinheiro que seria usado na compra de dossiê".
Léia RabeloACS/MJ – Coordenação”

Está publicada a nota do Ministério da Justiça. Comento no post seguinte.

Veja obteve fotos na Polícia Federal


Na Veja on line (www.veja.com.br:

As imagens da pilha de dinheiro que os petistas usariam para comprar um dossiê contra políticos tucanos tiveram a divulgação impedida a mando do ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos. A redação de VEJA, contudo, obteve as fotos da Polícia Federal - a cena retratava o impressionante volume de dinheiro carregado pelos participantes da operação, descoberta há duas semanas.
As pilhas somavam 1,75 milhão de reais - 1,168 milhão em cédulas de real e 248.800 dólares. Os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Pereira Passos estavam com o dinheiro no momento em que eles foram detidos, no hotel Ibis, em São Paulo. Segundo a PF informou, o dinheiro foi entregue à dupla pelo também petista Hamilton Lacerda, que era coordenador da campanha do PT em SP.
(...)
Ministro - A PF costuma divulgar as imagens de dinheiro e documentos apreendidos em operações similares. Foi o que ocorreu, por exemplo, quando descobriu-se dinheiro na sede da empresa Lunus, do marido da então candidata Roseana Sarney, em 2002. Bastos, contudo, disse publicamente que não queria a exibição dessas imagens para não prejudicar a candidatura do presidente Lula à reeleição.
Na terça da semana passada, Bastos falou sobre as fotos. Segundo ele, a PF "não irá se subordinar a interesses eleitorais" na apuração do escândalo. "É preciso ter calma", afirmou ele na ocasião. 'Não podemos gerar imagem do dinheiro apreendido apenas porque a oposição assim o quer. O Brasil mudou. Já passou o tempo em que imagens eram jogadas na TV para destruir campanhas.'
Além de ocultar as fotos do dinheiro, a PF também demorou bastante para revelar que as imagens de circuito interno do hotel - disponíveis desde o começo da investigação - mostravam Lacerda entregando o dinheiro a Gedimar e Valdebran. Falando à PF, um deles inventou outro nome para contar quem levou o valor. A oposição acusa o governo de fazer 'operação tartaruga ' no caso."

Lacerda, claro, nega ter levado o dinheiro

Em depoimento à Polícia Federal, Hamilton Lacerda, o homem forte de Mercadante, fez o quê? Adivinharam. Negou que tenha levado dinheiro ao hotel. Vejam só: ele esteve lá no dia do crime, visitou os criminosos, chegou com uma mala preta, saiu sem ela. Mais: confessa ter sido o petista que fez contato com a revista IstoÉ para a venda do dossiê. Mas, evidentemente, vai alegar que ninguém viu o que estava dentro da mala que ele conduzia. Essa gente não tem limites. A sua cara-de-pau é coisa que assusta. É bom lembrar: a moralidade de um petista é uma legião. A parte sempre reproduz as características do todo. Lacerda é assim? Todos são. Afinal, como eles dizem, é preciso ter “ética na política”. E a ética deles é essa aí.

Isto continua a ser uma canalhice

Vejam só os maços novinhos... Dá quase para sentir o cheiro da tinta, não? Em www.veja.com.br

Variação sobre a canalhice

Mais uma foto da dinheirama na Veja on line (www.veja.com.br).

A era Lula já tem a sua imagem-símbolo


Eis a foto do dinheiro. Na Veja on line (www.veja.com.br), um site aberto, vocês encontrarão mais imagens. Todo mundo sabia da sua existência, e Márcio Thomaz Bastos fez de tudo para escondê-las. Mas a imprensa chegou antes. A grana estava com Gedimar Passos e Valdebran Padilha e lhes foi entregue por Hamilton Lacerda, então braço direito de Aloizio Mercadante. É um revés que a candidatura Lula sofre dois dias antes da eleição. E não sou eu quem diz isso, mas o próprio Bastos, que considerava elas teriam efeito eleitoral. Em 2002, dinheiro vivo apreendido no escritório de uma empresa da família de Roseana Sarney, a Lunus, liquidou a sua candidatura. VOLTAR A ARTIGOS ETC

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