...e outro procurado por crime de guerra
O Tribunal Internacional pede a prisão
de mentor do genocídio em Darfur
AFP | ||||
CULPADO | ||||
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O sudanês Omar al-Bashir tornou-se, na quarta-feira da semana passada, o único nome de uma nova categoria de facínoras: a dos governantes com mandado de prisão decretado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). É a primeira ação desse tipo contra um presidente em exercício, e ninguém, de boa-fé, duvida que Bashir seja culpado. O general-presidente, que já deu guarida a Osama bin Laden, é o mentor do genocídio em Darfur, no Sudão Ocidental. Naquele planalto árido, o Exército e milícias árabes conduzem uma operação de limpeza étnica contra as tribos de etnia africana. Estima-se que 300 000 pessoas tenham sido mortas e 2,8 milhões vivam agora em campos de refugiados. As probabilidades de Bashir ser preso são nulas. Com sede em Haia, na Holanda, o TPI é a primeira corte internacional permanente de crimes de guerra. É um corpo independente, não um órgão da ONU, e sua força depende dos países-membros, entre os quais não está o Sudão. Para não ser detido, tudo o que Bashir precisa fazer é permanecer em Cartum. Ou nem isso. O general tem o apoio de muitos mandatários africanos e árabes. Em parte, porque eles temem que possam ser os próximos processados. Mas também por medo de que, se o presidente for preso, o Sudão mergulhe de vez no caos.